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MRV (MRVE3): ações reagem negativamente a queima de caixa da companhia; queda supera 5%

MRV desembolsa R$ 539 milhões do caixa e pode ver alavancagem finaceira, de 3,4 vezes, crescer no quarto trimestre de 2022

Foto: Shutterstock/T. Schneider

As ações da MRV (MRVE3), uma das maiores construtoras da América Latina, reagem negativamente nesta quinta-feira (19) aos dados da prévia referente ao quarto trimestre de 2022, divulgada ontem pela companhia.

Próximo das 11h, as ações da empresa apresentavam queda de 5,32%. Os papéis já acumulam queda de 8% neste ano.

De acordo com a MRV, a queima de caixa no período foi de R$ 539,5 milhões, uma alta de 258,3% em relação ao último trimestre de 2021. O resultado levou a geração total para R$ 2,2 bilhões negativos em 2022, uma elevação de 303,2% ante o ano anterior.

No trimestre, houve uma diminuição de 14,2% nas vendas líquidas totais (VGV), totalizando R$ 2,06 bilhões, na comparação com igual período de 2021.

Segundo a prévia operacional, a companhia teve uma redução de 2,8% nas vendas líquidas na comparação ano a ano.

Por outro lado, registrou um tíquete médio de R$ 266 mil entre os períodos de outubro e dezembro, 12,4% superior em relação à igual período do ano anterior. Já no ano o ticket médio foi de R$ 236 mil, avanço de 13,1% na base anual.

Além disso, o VGV de lançamentos foi de R$ 3,4 bilhões, valor este 92,8% superior ao registrado em igual período de 2021.

O maior preço médio de vendas e maior número de lançamentos impactam positivamente a rentabilidade da empresa.

Por outro lado, a atual margem bruta da companhia, tem sido afetada por maiores custos de produção o que levou a maior queima de caixa no período.

Com isso, a MRV deve ver a alavancagem financeira se elevar e o risco de insolvência deve aumentar.

Até o setembro de 2022, a alavancagem financeira era de 3,4 vezes, patamar já elevado, que significa que a dívida líquida é mais que o triplo do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que é resultado mais próximo da geração de caixa da companhia.

Em meio a um cenário macroeconômico de juros elevados, em 13,75%, e perspectivas da manutenção das taxas ao longo do ano, devem afetar negativamente a companhia de duas maneiras.

A primeira é a redução do poder de compra da população, uma vez que os clientes da companhia são voltados para os públicos de baixa renda que participam de projetos sociais, como o Projeto Casa Verde e Amarela.

A segunda é que juros elevados elevam as despesas com juros da companhia, o que reduz a rentabilidade e corrói os lucros.

Portanto, um robusto caixa neste momento é de fundamental importância para companhia poder equilibrar o capital de giro, investimentos e pagamento das dívidas.

*O Pré-Trade é publicado diariamente pela Agência TradeMap, sempre antes da abertura da Bolsa, e se propõe a indicar como investidores podem reagir no pregão em reação a alguma notícia ou fato novo que tenha relação com uma ação específica em sua carteira. O conteúdo se destina a fins informativos e não deve ser interpretado como nenhum tipo de recomendação de investimentos.

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