O conselho de administração do Méliuz (CASH3) aprovou na segunda-feira (14) o envio do pedido para a abertura de capital do Bankly, a plataforma de serviços financeiros da companhia.
A empresa havia anunciado no final de outubro que estudava segregar as operações do Bankly e vender ações da companhia na Bolsa.
A cisão, porém, depende da conclusão de estudos promovidos da companhia e da obtenção das aprovações necessárias dos acionistas, credores e órgãos reguladores.
O objetivo do Méliuz com a operação é ampliar as fontes de financiamento do Bankly e aumentar o valor percebido desta parte da operação.
Sérgio Castro, analista CNPI da Agência TradeMap, segregar as operações do Bankly pode ajudar o Méliuz a descomplicar as operações e a dar um passo à frente rumo ao setor bancário.
A companhia tem buscado cada vez mais migrar sua principal operação, a de cashback, para outras atividades do setor financeiro, como cartão de crédito, PIX e outros serviços.
Isto porque vem enfrentando grande concorrência no mercado de cashback, já que gigantes do mercado como XP, Nubank, Inter e outros entraram na competição.
“Essas fintechs têm outras fontes de receita como a principal e podem oferecer cashbacks maiores. Isto força a Méliuz a ter que aumentar o seu cashback e consequentemente o custo fica maior, corroendo o lucro operacional da empresa”, disse Castro.
Vale lembrar que no terceiro trimestre o Méliuz teve prejuízo cinco vezes maior que o do mesmo período do ano passado, um resultado mais fraco do que o mercado previa.
A receita do Méliuz, porém, cresceu 64% durante o período como reflexo do maior volume de vendas bruto (GMV) e novas receitas provenientes das aquisições.
O que pesou mais sobre os resultados foi o alto custo operacional, que mais que dobrou, para R$ 142,8 milhões.