O lucro da Braskem (BRKM5) aumentou 56% no primeiro trimestre em relação a um ano antes, para R$ 3,8 bilhões, mas o crescimento foi resultado principalmente de variações no preço de ativos financeiros detidos pela companhia em função da valorização do real no período.
Este fator ajudou a compensar a queda na margem de lucro operacional da Braskem – que passou de 31% no primeiro trimestre de 2021 para 18% no mesmo período deste ano.
O declínio foi motivado pelo menor volume de vendas dos principais químicos e resinas no Brasil e pela diferença menor entre o preço das matérias-primas e das resinas vendidas pela companhia.
Os insumos usados pela companhia são nafta, etano e propano, todos eles derivados de petróleo – commodity cujo preço disparou desde o final de fevereiro por receios de que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia reduziria a oferta do produto no mercado mundial.
No primeiro trimestre, a receita líquida da Braskem cresceu 18% em relação ao mesmo período de 2021, para R$ 26,7 bilhões, enquanto o custo de venda dos produtos da companhia aumentou em ritmo ainda mais intenso, em 40%, para R$ 21,6 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Braskem em termos recorrentes – que excluem da conta fatores que não devem afetar os resultados em outros períodos – caiu 30% no primeiro trimestre, para R$ 4,8 bilhões.
Segundo o UBS-BB, os resultados da Braskem vieram levemente abaixo do previsto, porém foram positivos e estão acima da média histórica apresentada pela companhia.
O banco ressaltou que o custo elevado com matérias-primas era algo esperado, assim como o spread menor entre o preço dos insumos e das resinas vendidas pela companhia.
“A maior parte da redução [no spread] foi causada por um aumento no preço das matérias-primas, que tende a continuar pesando sobre as margens se os preços de venda não forem ajustados numa magnitude similar”, disse o UBS-BB.
Segundo o banco, apesar disso, a Braskem deve continuar apresentado um “sólido desempenho” e fluxo de caixa, e por isso a recomendação é de compra da ação, com preço-alvo em R$ 60.
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