Mais um dado de inflação dos EUA supera previsão e traz cautela ao mercado

A divulgação de dados que mostraram inflação levemente maior que a esperada nos Estados Unidos azedou o humor dos investidores do país, e deve contribuir para a queda das bolsas americanas na abertura do pregão.

Segundo o governo americano, o índice de preços PCE voltou a ganhar força em agosto. O indicador é um dos preferidos do Federal Reserve, o banco central dos EUA, para medir o comportamento dos preços na economia.

O índice PCE cheio, que havia caído 0,1% em julho, subiu 0,3% no mês passado, enquanto o núcleo do indicador – que exclui da conta os preços de alimentos e energia -, aumentou 0,6% em agosto, após ter ficado estável no mês anterior.

O mercado esperava uma aceleração na alta dos preços, mas em menor escala. Segundo o banco Mizuho, a previsão dos especialistas era de que o núcleo da inflação medida pelo PCE subisse 0,5%.

O que incomoda os investidores é que, sem sinais de que a inflação está perdendo força, o Fed pode ficar mais inclinado a aumentar os juros.

Juros altos são negativos para o mercado de ações principalmente por dois motivos. Primeiro porque agem como um freio na economia, reduzindo o consumo. Depois, porque aumentam o custo de carregamento das dívidas das empresas, diminuindo a margem de lucro das companhias – e, consequentemente, os dividendos recebidos pelos acionistas.

“A leitura de inflação veio um pouco mais quente que a esperada”, disse a Schwab em um relatório, acrescentando que o mercado está preocupado há dias com a combinação de inflação alta, juros subindo e possibilidade de recessão econômica em 2023.

Ontem, o índice S&P 500 caiu para níveis vistos pela última vez em 2020, e hoje, no mercado futuro, chegou a subir antes da divulgação dos dados sobre o PCE, mas voltou para perto da estabilidade após a publicação do indicador. Outros índices, como o Dow Jones e o Nasdaq Composto, tiveram comportamento semelhante.