A semana de 13 a 19 de julho foi marcada por eventos econômicos relevantes no Brasil e nos Estados Unidos, com reflexos diretos nas ações do Ibovespa. No Brasil, o destaque ficou para a divulgação do IBC-Br de maio, que apresentou queda de 0,70%, apontando retração na atividade econômica. Já o IGP-10 de julho, divulgado pela FGV, caiu 1,65%, influenciado pela queda dos preços do café em grão e da gasolina. Nos EUA, o CPI de junho subiu 0,3%, enquanto o núcleo do índice avançou 0,2%. Já o PPI ficou estável no mês, abaixo das expectativas, reduzindo a pressão sobre os juros norte-americanos.
Variações positivas:
A ação do GPA (PCAR3) liderou as altas da semana, com valorização de 12,77%. O movimento foi impulsionado pelo anúncio de que os acionistas da família Coelho Diniz aumentaram sua participação na companhia de 10% para 17,7%. O mercado interpretou o aumento como um sinal de confiança na reestruturação da varejista, o que animou os investidores em um cenário ainda desafiador para o setor.
A Petz (PETZ3) teve alta de 8,22%, sustentada pela expectativa de aprovação da fusão com a Cobasi, o que poderá formar um grande conglomerado do setor pet no Brasil. Apesar de ainda estar sob análise do CADE e enfrentar um recurso apresentado pela concorrente Petlove, a operação é vista pelo mercado como positiva por trazer ganho de escala e fortalecimento da posição competitiva da nova companhia.
A Weg (WEGE3) subiu 6,59% após anunciar a compra da totalidade da PPI-Multitask, empresa de software voltada para soluções industriais. A Weg já detinha 51% da empresa desde 2019 e agora passa a controlar 100% do capital, o que reforça sua estratégia de diversificação em tecnologia e digitalização industrial por meio de sistemas MES (Manufacturing Execution System) e IIoT (Industrial Internet of Things).
Variações negativas:
Na ponta negativa, a Braskem (BRKM5) registrou a maior queda da semana, com recuo de 15,16%. A queda foi motivada pela decisão do CADE de aprovar, sem restrições, a compra da holding NSP Investimentos, da Novonor, pelo empresário Nelson Tanure. Como a Novonor detém 50,1% das ações da Braskem, a mudança no controle gerou insegurança sobre os rumos da empresa e aumentou a percepção de risco entre os acionistas.
A Usiminas (USIM5) também figurou entre as maiores quedas, com recuo de 8,62%. A desvalorização ocorreu apesar da alta no preço do minério de ferro na China, que favoreceu outras companhias do setor. O principal fator para a queda foi a revisão de recomendação feita pelo Goldman Sachs, que rebaixou a classificação da ação de “compra” para “neutra” e reduziu o preço-alvo de R$ 8,40 para R$ 5,20, sinalizando menor confiança na performance futura da empresa.
Por fim, a Ultrapar (UGPA3) recuou 8,19%, afetada por uma combinação de rotação setorial e instabilidade doméstica. O mercado tem reduzido exposição a setores industriais e de logística, nos quais a Ultrapar atua. Além disso, a instabilidade política e fiscal no Brasil, com discussões sobre aumento do IOF e ambiente jurídico incerto, aumentou a percepção de risco e penalizou ações de empresas mais sensíveis ao ambiente macroeconômico.
A semana foi marcada por uma combinação de fatores técnicos, movimentos estratégicos empresariais e dados econômicos que influenciaram de maneira distinta os ativos da bolsa brasileira. Enquanto GPA, Petz e Weg se beneficiaram de movimentos societários e de crescimento estratégico, Braskem, Usiminas e Ultrapar foram penalizadas por incertezas regulatórias, revisões negativas e contexto macro mais desafiador.