Maiores altas e baixas do Ibovespa na semana

Fonte: Shutterstock/casa.da.photo

A semana de 10 a 14 de novembro foi marcada por uma série de eventos relevantes que influenciaram o desempenho dos mercados. No exterior, ganhou destaque a aprovação do projeto de lei que pôs fim ao shutdown mais longo da história dos Estados Unidos, após 43 dias de paralisação, movimento que reacende a expectativa pela retomada de indicadores econômicos suspensos durante o período. No Brasil, o IPCA avançou 0,09% em outubro, desacelerando em relação a setembro e surpreendendo positivamente ao ficar abaixo das projeções tanto na variação mensal quanto no acumulado de 12 meses. A agenda também contou com o encontro, em Washington, entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para tratar de tarifas comerciais bilaterais. Além disso, a ata da reunião do Copom realizada em 4 e 5 de novembro reforçou o tom de cautela da autoridade monetária ao manter a Selic em 15,00% ao ano, destacando incertezas no cenário doméstico e global, especialmente ligadas ao câmbio e às negociações comerciais, e reiterando a necessidade de preservar o nível atual de juros por um período “bastante prolongado” para assegurar a convergência da inflação à meta.

 

Maiores altas

A MBRF (MBRF3), resultado da fusão entre Marfrig e BRF, liderou as altas da semana com avanço de 33,70%. A companhia reportou lucro líquido de R$ 94 milhões no terceiro trimestre, queda de 62% na comparação anual, refletindo a menor performance dos ativos oriundos da BRF, e anunciou a ampliação de seu programa de recompra, autorizando a aquisição de até 64,6 milhões de ações ordinárias adicionais até março de 2027, o que impulsionou a valorização dos papéis.

 

A Braskem (BRKM5) subiu 22,43% no período, apesar de apresentar novamente resultados considerados fracos. O movimento foi guiado por notícias veiculadas por Bloomberg e Reuters indicando que a Novonor estaria próxima de um acordo para vender sua participação para a gestora IG4, tema recorrente nos últimos anos, mas que ganhou força renovada nesta semana.

 

A Magazine Luiza (MGLU3) avançou 17,81%. A varejista reportou lucro líquido contábil de R$ 84,6 milhões no terceiro trimestre, queda de 17,4% na comparação anual, mas ainda acima das expectativas, já que parte do mercado aguardava resultado próximo de estabilidade.

 

A B3 (B3SA3) encerrou a semana com alta de 11,25%. A operadora da bolsa brasileira reportou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre, em linha com as expectativas, e viu suas ações reagirem positivamente após a divulgação. A receita total foi de R$ 2,8 bilhões, enquanto a base de comparação trimestral foi afetada por efeitos não recorrentes registrados no segundo trimestre.

 

A Taesa (TAEE11) registrou elevação de 10,97%. O grupo de transmissão reportou lucro líquido de R$ 323,3 milhões no terceiro trimestre, alta de 5,2% frente ao ano anterior, além de crescimento de 9,8% na receita líquida regulatória, reforçando o bom desempenho operacional.

 

Maiores baixas

A Hapvida (HAPV3) liderou as quedas, recuando 42,74% na semana. Após apresentar um balanço considerado fraco, a companhia viu sua taxa média de aluguel atingir o maior nível em dois anos, chegando a 8,26%. Apesar do anúncio de um novo programa de recompra de até 70 milhões de ações, o impacto mais expressivo foi a perda de R$ 6,8 bilhões em valor de mercado em um único pregão, entre 12 e 13 de novembro.

 

A Natura (NATU3) caiu 16,36% no período, após divulgar prejuízo líquido recorrente de R$ 119 milhões no terceiro trimestre. A empresa apontou pressões sobre receita e rentabilidade, além do aumento das despesas financeiras líquidas, como fatores determinantes para o resultado.

 

A Porto Seguro (PSSA3) recuou 6,19%, movimento influenciado pela divulgação do balanço do terceiro trimestre. Embora tenha registrado lucro líquido de R$ 832 milhões, alta de 13% em relação a 2024, o número ficou levemente abaixo do observado no segundo trimestre, contribuindo para a postura mais cautelosa dos investidores.

 

A PetroReconcavo (RECV3) registrou queda de 5,46%. A companhia reportou lucro líquido de R$ 122 milhões no terceiro trimestre, queda de 23% na comparação anual, e Ebitda de R$ 350 milhões, retração de 20% na mesma base de comparação.

 

A Yduqs (YDUQ3) teve baixa de 4,47%, após reportar lucro líquido de R$ 98 milhões, queda de 35,5% frente ao mesmo período de 2024, refletindo piora no desempenho operacional.

 

Os movimentos mais expressivos da semana, tanto entre as maiores altas quanto entre as principais baixas, evidenciam a forte influência dos resultados corporativos e das sinalizações estratégicas das empresas sobre o comportamento dos investidores. Em meio à temporada de balanços, os fundamentos individuais ganharam destaque, mostrando que relatórios trimestrais, revisões internas e notícias específicas continuam sendo os principais motores de volatilidade no mercado.


Para acompanhar mais notícias do mercado financeiro, baixe ou acesse o TradeMap.  

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Destaques da semana

Nesta semana o calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados: Segunda-feira (17/11) 08:30 – BrasilBoletim Focus O Banco Central do Brasil divulgará

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.