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Magazine Luiza (MGLU3) vai do lucro ao prejuízo com o triplo de despesas com juros no 3º tri

Varejista teve prejuízo líquido ajustado de R$ 146 milhões, revertendo lucro de R$ 22,6 milhões que teve um ano antes

Foto: Shutterstock/rafastockbr

O Magazine Luiza (MGLU3), uma das maiores varejistas do país, tem sentido o peso dos juros altos não apenas na redução do ímpeto para o consumo por parte dos brasileiros, mas também no aumento das despesas da companhia com dívidas que ainda estão sendo pagas e, naturalmente, cobram juros.

No terceiro trimestre, as chamadas despesas financeiras — indicador que mostra o quanto uma empresa perde com pagamento de juros — somaram R$ 668,6 milhões, mais de três vezes (ou alta de 228,4%) igual ao anotado no mesmo período do ano passado.

O elevado nível da Selic — que saltou de 2% ao ano para 13,75% em menos de dois anos e está no maior patamar desde 2017 — é o principal motivo alegado pela companhia para o prejuízo registrado no terceiro trimestre, de R$ 146 milhões, no critério ajustado, que desconsidera efeitos não recorrentes.

O resultado representa uma virada para o vermelho na companhia, uma vez que, em igual período do ano passado, o Magazine Luiza havia apresentado lucro líquido ajustado de R$ 22,6 milhões.

Além disso, o prejuízo da empresa no terceiro trimestre frustrou a expectativa do mercado, que já esperava perda, mas em um nível menor. As previsões dos analistas do Santander, do BTG Pactual e do Itaú BBA, por exemplo, indicavam prejuízo de R$ 60 milhões, R$ 11 milhões e R$ 119 milhões, respectivamente.

A empresa, por outro lado, mostrou um bom resultado no lado operacional, no chamado Ebitda, indicador de lucro que não considera desembolsos com juros, impostos, depreciações de equipamentos e amortizações.

O Ebitda ajustado do Magazine Luiza cresceu 50,3% no terceiro trimestre, para R$ 527,5 milhões, em relação a igual período do ano passado. A margem como proporção do Ebitda, por sua vez, saltou de 4,1% para 6%, no maior patamar dos últimos dois anos.

A melhora de margem ocorreu em um período de deflação no país. Os meses de julho, agosto e setembro foram marcados por retrações no IPCA, o índice oficial de inflação ao consumidor do país, que é medido pelo IBGE. Um cenário como esse gera alívio para os custos da empresa e tira pressão na hora de repassar ao consumidor.

“Houve significativa evolução das margens operacionais no trimestre”, disse a empresa, que informou também que conseguiu fazer um “repasse gradual” da inflação registrada em meses anteriores.

No entanto, a receita líquida total da empresa teve um aumento tímido no terceiro trimestre, de 2,3% em relação a igual período do ano passado, para R$ 8,8 bilhões.

As vendas brutas somaram R$ 14 bilhões, alta de 2% em um ano. Enquanto o e-commerce alcançou R$ 10 bilhões em receita, com avanço de 3%, as lojas físicas atingiram R$ 4 bilhões, com expansão de 1%.

A empresa, porém, está mais otimista para o quarto trimestre, que terá Copa do Mundo, Black Friday e Natal. “Seguimos confiantes, em meio a um cenário que promete, pelo menos no curto prazo, inflação menor e taxas de juros estáveis”, disse a empresa.

 

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