Madero estica prazo para pagar dívidas após mais um ano de prejuízos em 2021

A rede de restaurantes Madero esticou o prazo médio de pagamento das dívidas da companhia de 1,4 ano para 3,8 anos, na tentativa de recuperar o fôlego financeiro após os prejuízos observados em 2020 e em 2021.

Em comunicado publicado ontem à noite, o Madero afirmou que assinou aditivos aos contratos de dívida com os bancos BTG Pactual, Banco do Brasil e Bradesco, e referentes à quarta emissão de debêntures da companhia, de titularidade do Itaú Unibanco.

As alterações estendem o vencimento das dívidas para 5 anos, com a primeira amortização de principal em setembro de 2023, e todas as linhas indexadas à taxa dos CDI.

A mudança no perfil de vencimento das dívidas do Madero evitou um cenário em que a companhia, prejudicada por perdas financeiras nos últimos anos, teria de amortizar mais da metade da dívida neste ano (R$ 737 milhões) e o restante nos dois anos seguintes.

Vale destacar que o Madero ainda pretende lançar ações na Bolsa. No final do ano passado, a empresa disse que “possui a meta de realizar um IPO assim que o mercado de capitais apresentar condições para a realização de uma operação nos parâmetros que a companhia entender adequados”.

Receita do Madero cresce, mas lucro ainda não acompanha

O Madero pretendia abrir capital em 2021, mas desistiu, em parte, porque os resultados do ano passado foram desfavoráveis.

Em 2020, a empresa teve prejuízo de R$ 249 milhões, e no ano passado continuou registrando perdas, de R$ 121,4 milhões. Isso ocorreu mesmo diante de um aumento de 44,0% na receita da companhia entre os dois períodos, de R$ R$ 795 milhões para R$ 1,146 bilhão.

O Madero disse, na época da divulgação do balanço, que os resultados vinham sendo prejudicados pela pandemia de Covid-19 e pelas restrições ao funcionamento das operações da companhia – que, no entanto, continuou se expandindo ao longo do período.