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Lucro do Bradesco (BBDC4) supera projeções, mas inadimplência sobe e banco aumenta reservas para calotes

Banco teve lucro líquido recorrente de R$ 6,8 bilhões, alta de 4,7% ante um ano antes

Foto: divulgação

O Bradesco — que registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,8 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 4,7% em relação a igual período do ano passado — superou as expectativas dos analistas que acompanham o banco.

O consenso do mercado, segundo levantamento feito pela Reuters, apontava que a instituição teria lucro líquido um pouco abaixo, de R$ 6,7 bilhões.

O resultado do banco surpreendeu positivamente analistas de casas como BTG Pacual e Bank of America, que estimativam ganhos de R$ 6,5 bilhões e R$ 6,4 bilhões, respectivamente, mas frustrou o UBS, que esperava um lucro líquido de R$ 6,9 bilhões.

Embora tenha batido o consenso do mercado, o Bradesco apresentou aumento na taxa de inadimplência dos clientes, que saltou para 3,2% no primeiro trimestre, de 2,5% em igual período do ano passado.

Os indicadores de inadimplência têm sido acompanhados de perto por analistas do mercado, que estão preocupados com o avanço dos calotes, em meio a um cenário econômico que combina juros mais altos, inflação persistente e estagnação do PIB.

Ainda assim, a carteira de crédito expandida do banco apresentou crescimento de 18,3% no primeiro trimestre em comparação a igual período do ano passado, para R$ 834,5 bilhões.

“Apesar do aumento da Selic, a originação de crédito mantém boa dinâmica, pois as pessoas voltaram ao consumo”, afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em comunicado enviado à imprensa logo após a divulgação do balanço.

De qualquer forma, com o aumento da inadimplência, o banco optou por elevar as provisões para devedores duvidosos (PDD), destinadas a cobrir eventuais calotes. No primeiro trimestre, as provisões cresceram 12,9% ante igual período do ano passado, para R$ 4,83 bilhões.

Como consequência, o banco também aumentou a projeção de PDD para 2022. Antes, estimava que teria de gastar algo entre R$ 15 bilhões e R$ 19 bilhões. Agora, calcula algo entre R$ 17 bilhões e R$ 21 bilhões.

Segundo a instituição, a alteração se deve à “mudança do ambiente macroeconômico” desde a elaboração do orçamento da companhia. As projeções anteriores haviam sido divulgadas em fevereiro.

De lá para cá, a inflação tem surpreendido o mercado, mostrando-se mais persistente, e o Banco Central (BC) já indicou que o ciclo de aumento dos juros será mais longo do que se imaginava. Ontem, o BC elevou a Selic para 12,75% e deixou a porta aberta para novas elevações.

Por outro lado, com juros mais altos, o Bradesco também espera que possa aumentar a margem com clientes, uma vez que os spreads podem ficar maiores. A projeção da instituição para as margens com os clientes em 2022 passou de 8% a 12% para algo entre 18% e 2022%.

No primeiro trimestre deste ano, a margem com clientes subiu para 9,7%, de 9,1% em igual período do ano passado. Em reais, o banco somou R$ 15,8 bilhões, alta de 19,6% em comparação a igual período do ano passado.

“Estamos satisfeitos com as entregas deste primeiro trimestre. O mundo é outro, está em transformação, e, nesse contexto, são intensas as mudanças globais na política monetária, no câmbio e na inflação. Isso gera volatilidade. Nossa decisão é focar na escala, no investimento em tecnologia, inovação e rigoroso controle dos orçamentos”, afirmou o presidente do Bradesco, na nota.

O Bradesco também revisou a sua projeção para as despesas operacionais. Antes, esperava redução de 3% a 7%. Agora, estima queda menor, de 1% a 5%.

No trimestre, as despesas operacionais somaram R$ 11,7 bilhões, aumento de 4,4% em relação aos primeiros três meses de 2021.

Por outro lado, as receitas com prestação de serviços cresceram 6,7% no mesmo tipo de comparação, para R$ 8,6 bilhões.

 

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