Klabin (KLBN11) dobra lucro e aumenta receitas com reajustes de preços; veja balanço

Na manhã desta terça-feira (3), a Klabin, empresa produtora e exportadora de papéis, divulgou seu balanço do primeiro trimestre deste ano, e, mesmo num período conturbado para a economia global por conta da guerra na Ucrânia, conseguiu dobrar seu lucro.

O lucro líquido da Klabin subiu 108% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 875 milhões. O resultado ficou no meio do intervalo de expectativas de duas corretoras – a XP e a InterInvest. Enquanto a primeira esperava que o montante atingisse R$ 656 milhões, a segunda esperava R$ 959 milhões.

A receita líquida aumentou 28% e atingiu R$ 4,42 bilhões na mesma base comparativa, com a Klabin crescendo em todas as áreas de negócio, resultado em linha com as expectativas do Inter e da XP.

“A Klabin também não deve passar ilesa pelos desafios trazidos pelo primeiro trimestre de 2022, mas acreditamos que os impactos, quando comparado com demais pares, devem ser relativamente menores, em razão de sua diversificação que, uma vez mais, fará diferença em momentos de adversidades”, esperava o Inter, em relatório projetando o balanço da Klabin.

Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado melhorou em 35% no período, somando R$ 1,72 bilhão na mesma base de comparação.

A empresa de celulose atribuiu a alta tanto do Ebitda quanto da receita aos “reajustes de preços realizados em todos os negócios ao longo dos últimos trimestres”, que permitiram compensar o impacto negativo da valorização do real em relação ao dólar nas exportações.

Vendas e produção

No trimestre, o volume de vendas, excluindo madeira, atingiu 900 mil toneladas, uma queda de 1% no comparativo com o primeiro trimestre de 2021. Segundo a Klabin, o número foi impactado pelas paradas gerais de manutenção programadas realizadas no período.

Do total vendido, 55% foi para o mercado interno (ou 6 pontos porcentuais a menos que no primeiro trimestre de 2021) e 45% para o mercado externo.

O volume total de produção, incluindo papel e celulose, subiu 5% no trimestre na base anual, para 958 mil toneladas. Do total, 602 mil toneladas referem-se a papéis, uma alta de 20% na mesma base de comparação, enquanto a produção de celulose caiu 14% no período, para 356 mil toneladas.  

O resultado surpreendeu os analistas do InterInvest, que acreditavam num recuo do volume do segmento de papel e celulose por conta de “limitações logísticas observadas ao longo do período que retardaram embarques, bem como efeito de menor produção em razão da parada programada para manutenção em Puma, ocorrida em fevereiro”.

Já a XP, em relação ao segmento de papel, via preços elevados como um impulsionador do segmento, porém, com o aumento dos custos de produção pressionando as margens.

A taxa de câmbio encerrou o trimestre a R$ 4,74 por dólar, uma desvalorização de 17% do real em relação aos meses de janeiro a março de 2021.

Custos

O custo caixa unitário total, que contempla a venda de todos os produtos da Klabin, foi de R$ 2,84 bilhões por tonelada no trimestre, alta de 23% na comparação anual. 

O custo caixa unitário de produção de celulose, que contempla os custos de produção das fibras curta, longa e fluff e o volume de produção de celulose no período, foi de R$ 1,2 bilhão por tonelada, 66% superior em relação ao primeiro trimestre do ano passado, excluídos os efeitos da parada geral de manutenção realizada no período. 

“As principais razões para este aumento estão relacionadas à forte alta nos preços das commodities, que impactaram os custos com combustível e insumos químicos, sobretudo clorato de sódio e soda cáustica”, destacou a Klabin.

 O ROIC (retorno sobre o capital investido) da Klabin no primeiro trimestre do ano foi de 20,1% nos últimos 12 meses, alta de 3.5 pontos percentuais na comparação ante o mesmo período de 2021, refletindo a melhor performance do Ebitda ajustado nos últimos 12 meses