J.P. Morgan vê mercados de ações emergentes melhores que desenvolvidos e recomenda Brasil

Banco destaca potencial para as ações brasileiras alcançarem as máximas do primeiro semestre, mas só depois das eleições

Foto: Shutterstock

Após o S&P 500 encerrar o primeiro semestre de 2022 com queda de 21%, o pior desempenho em 50 anos, o banco J.P. Morgan afirmou enxergar que vê um desempenho mais favorável para as bolsas de mercados emergentes que as de desenvolvidos no segundo semestre e revelou estar com recomendação de compra para o Brasil.

Apesar da queda das bolsas americanas, o banco ainda vê as ações de mercados desenvolvidos caras.

Segundo o J.P., as bolsas de mercados emergentes negociam com desconto de 29%, olhando para o múltiplo preço sobre o lucro projetado para 12 meses, em relação aos mercados desenvolvidos, percentual acima da média histórica, de desconto de 22%.

Nesse cenário, o banco está com recomendação acima da média do mercado (overweight) em mercados de ações emergentes, como Brasil, Arábia Saudita, China e Indonésia.

O banco não considera uma recessão como cenário-base e vê oportunidade nas bolsas nos setores de materiais básicos, financeiro e consumo discricionário.

Ações brasileiras podem voltar para o pico do 1º semestre, mas só depois das eleições

O banco vê potencial para as ações brasileiras alcançarem as máximas vistas no primeiro semestre, quando o Ibovespa atingiu o pico de 121.570 pontos, em 1º de abril. Mas essa recuperação só será alcançada após as eleições.

“A narrativa local é provavelmente um obstáculo que impedirá os mercados de melhorem nos próximos meses”, diz o J.P., em relatório.

O banco destaca que a Bolsa brasileira está atualmente negociada no menor patamar dos últimos 20 anos, com um múltiplo preço/lucro para os próximos 12 meses abaixo de seis vezes e um crescimento de lucro acima de 10% neste ano.

Entre os fatores positivos para a Bolsa nos próximos meses, o banco destaca: a esperada recuperação do mercado chinês no segundo semestre, com o PIB do país com potencial para crescer 7%; a alta do preço das commodities amparada pela China; o fato de o pico de agressividade monetária por parte do Fed, o banco central americano, já ter sido atingido; e o resultado das eleições sem ruptura em termos de direção macroeconômica e política.

Para o J.P., nenhum dos candidatos a presidente à frente das pesquisas tem maioria no Congresso, o que contribui para uma agenda centrista.

Entre os riscos para a Bolsa brasileira, o banco aponta o ressurgimento da questão fiscal, a extensão do fim do ciclo de alta de juros e uma eleição bastante polarizada.

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