Itaú BBA reduz preço-alvo da Blau (BLAU3) em 42% – mas continua sugerindo compra da ação

O Itaú BBA reduziu o preço-alvo da ação da Blau Farmacêutica (BLAU3) de R$ 64 para R$ 37 – um corte de 42% -, mas continua recomendando a compra do papel.

A mudança deixou o Itaú BBA mais alinhado com o consenso do mercado. Dados colhidos pela Refinitiv junto a oito instituições financeiras e disponíveis na plataforma TradeMap mostram que a mediana de preços-alvo para a ação da Blau está em R$ 41,50. Todas as instituições pesquisadas recomendam a compra do papel.

De acordo com o Itaú BBA, a Blau tem a seu favor o fato de ser líder no setor de produtos farmacêuticos institucionais, com boas perspectivas de crescimento à frente.

Soma-se a isso o fato de a Blau continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento. Numa apresentação recente, a companhia disse que em 2023 deve destinar 1.820 metros quadrados e 227 funcionários para a inovação. Em 2018, estes números eram de 200 metros quadrados e de 30 funcionários.

A expectativa é de que estes investimentos aumentem a oferta de produtos da empresa de 12 para 95. E é aí que o Itaú BBA começa a enxergar dificuldades para a companhia.

“Olhando para os próximos anos, a Blau tem cerca de 50 produtos em desenvolvimento, podendo atingir um mercado endereçável bilionário”, disse o banco no documento. “A maturação desses produtos provavelmente será crucial para que a empresa continue apresentando um crescimento robusto de receita adiante”, afirmou.

O aumento no custo de capital também deve pesar sobre as operações da companhia, diz o Itaú BBA. Antes, o banco estimava esta despesa em 13,2% ao ano, mas a taxa aumentou para 14,8%.

Isso, somado aos últimos resultados trimestrais e às tendências de crescimento e rentabilidade calculadas pelo Itaú BBA, sugerem que a companhia deve lucrar R$ 374 milhões em 2022 – ou 15,2% a menos do que se esperava anteriormente.

No segundo trimestre, diz o banco, o resultado da Blau provavelmente foi menor que em igual período do ano passado, quando a empresa enfrentou menos concorrência das outras empresas farmacêuticas, que estavam concentradas na produção de medicamentos relacionados ao tratamento da Covid-19.

“A receita líquida no período deverá permanecer estável em relação ao ano anterior, mas provavelmente retornará a um crescimento mais forte no segundo semestre (quando esperamos que a receita cresça 36% em um ano), ajudada pela entrega de medicamentos ao governo e melhor ambiente de preços para imunoglobulina”, disse o Itaú BBA.

Por volta das 14h30, as ações da Blau subiam 0,86%, para R$ 25,71.