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Itaú BBA fica mais conservador com Mercado Livre (MELI34) após piora no crédito; entenda

Varejista não escapa da inadimplência e coloca o pé no freio em originação de crédito

Foto: Divulgação

Diante de um leve aumento na inadimplência, que tem feito com que a varejista tire o pé do acelerador na originação de crédito, e de um cenário de crescimento mais lento do que o previsto do e-commerce no Brasil, os resultados do Mercado Livre para os próximos anos podem vir mais fracos do que o previsto anteriormente, na análise do Itaú BBA.

Assim, em relatório distribuído nesta quarta-feira (25), a equipe de analistas do banco revisou suas projeções de resultado para a companhia e fixou um novo preço-alvo em US$ 1.100 – o que ainda representa alta em relação aos níveis atuais da ação, de 57%.

Apesar de reconhecer que o ritmo de originação de crédito do Mercado Livre permaneceu saudável nos últimos meses, e que a inadimplência subiu apenas levemente, os números de março e abril sinalizam uma desaceleração no ritmo de crescimento do portfólio e uma leve deterioração na qualidade, de acordo com o BBA.

Em abril, a carteira de crédito da companhia chegou a R$ 4,8 bilhões, alta de 7% em relação a março – 1 ponto percentual acima da média de crescimento mensal dos últimos seis meses, de 8%, mas abaixo do ganho de 12% registrado em fevereiro. Já a taxa de inadimplência terminou o mês de abril em 24%, contra 19% em fevereiro.

No entanto, o BBA aponta que a carteira do Mercado Livre permaneceu saudável em relação a seus pares expostos a uma base de clientes de poder aquisitivo mais baixo. Além disso, os analistas acreditam que uma piora na qualidade de crédito é uma consequência natural do aumento da carteira.

Outro fator que pode ter jogado a favor do aumento da inadimplência foi uma mudança no mix da carteira, que agora está mais exposta a crédito pessoal e cartão de crédito. O cenário macroeconômico também vem pesando sobre a inadimplência no segmento de fintechs.

“Iremos continuar a monitorar essas tendências, uma vez que – com base em nossas conversas com investidores – a deterioração na qualidade de crédito é um risco-chave para a tese”, escreveram os analistas.

Além disso, o banco aponta que agora espera um crescimento mais lento do que o previsto para o e-commerce brasileiro nos próximos anos. Parte disso já era esperado, seguindo a reabertura da economia. Agora, o BBA espera um crescimento das vendas de 14% em 2022, 14% em 2023 e 13% em 2024, contra 22%, 20% e 19% anteriormente.

A expectativa é que o Mercado Livre continue a acelerar a monetização de sua plataforma, aumentando a posição de liderança no mercado de e-commerce na América Latina. Por isso, o BBA mantém sua classificação de outperform para a ação.

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