IRB (IRBR3) negocia venda de imóveis e participações para voltar a respeitar regras do regulador

Empresa teve prejuízo de R$ 373,3 milhões no segundo trimestre

Foto: Shutterstock

O IRB, empresa brasileira de resseguros, informou na manhã desta terça-feira (16) que tem trabalhado para vender imóveis e participações societárias para poder arrecadar recursos que ajudem a companhia a voltar a respeitar as exigências do órgão que regula o setor, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), em relação a dois indicadores: a cobertura de provisões técnicas e a suficiência de patrimônio líquido ajustado.

Esses dois indicadores são importantes porque mostram o quanto a companhia está preparada, em termos de caixa, para dar conta de eventuais sinistros acionados pelos clientes.

Em balanço divulgado na noite de segunda-feira (15), a empresa registrou insuficiência do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido no montante de R$ 613,8 milhões. O patrimônio líquido ajustado correspondeu a 64% do capital mínimo.

Na cobertura de provisões técnicas, a companhia apresentou insuficiência de R$ 729,7 milhões, em comparação ao saldo positivo de R$ 235,5 milhões anotado no fim do ano passado.

O desenquadramento do IRB é reflexo, principalmente, dos desembolsos que a companhia teve de fazer para pagar os sinistros acionados pelo agronegócio, em razão de uma seca que afetou principalmente a região Sul.

No segundo trimestre, o índice de sinistralidade — que mede o quanto a empresa gasta com os seguros em relação ao que ela arrecada dos segurados — ficou em 124%, uma alta de 28,5 pontos percentuais.

Segundo a empresa, não fosse esse evento climático atípico, a sinistralidade teria ficado em 89%, uma diferença de 35 pontos percentuais.

“O segundo trimestre foi drasticamente impactado por um evento atípico, uma seca histórica que afetou principalmente a região Sul, que concentra boa parte do seguro agrícola do país”, disse o CEO do IRB, Raphael Carvalho, em teleconferência com analistas.

O avanço dos sinistros, aliás, também pesou sobre o resultado líquido da empresa, que teve prejuízo de R$ 373,3 milhões no período, número 80,4% maior que a perda anotada em igual período do ano passado.

No esforço para arrecadar recursos, o IRB tem estudado operações estruturadas, como cessões de carteiras, “que ajudam a diminuir capital mínimo requerido”, disse o CEO da companhia. Além disso, a empresa avalia a possibilidade de fazer uma nova oferta de ações.

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O IRB tem um período de três meses para se readequar às exigências da Susep. A empresa, portanto, tem até outubro para atingir os valores necessários.

Na teleconferência com analistas, a empresa foi questionada sobre o quanto pode arrecadar com venda de imóveis e participações, mas respondeu que não seria propício dar essas informações porque há negociações em curso.

Segundo o vice-presidente financeiro da empresa, Wilson Toneto, o IRB tem prédios, imóveis, terrenos e participações em shoppings que podem ser negociados.

Por volta das 12h30, as ações do IRB subiam 0,96%, a R$ 2,10.

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