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IRB Brasil (IRBR3) aumenta prejuízo em 2022 após despesas dispararem em maio

IRB gastou mais do que recebeu em maio e aprofundou as perdas financeiras que vinha registrando no acumulado deste ano

Jader Lazarini

Jader Lazarini

Foto: IRB Brasil / Divulgação

O IRB Brasil (IRBR3) registrou prejuízo de R$ 273,1 milhões em maio e aumentou significativamente o prejuízo acumulado em 2022, para R$ 285,3 milhões. Em comunicado, a companhia disse que o resultado negativo reflete um aumento no acionamento de seguros relacionados ao agronegócio, que fizeram as despesas ficarem acima da receita.

Tanto em maio do ano passado quanto no acumulado de janeiro a maio de 2021, o IRB havia registrado lucro – de respectivamente R$ 7,5 milhões e de R$ 9,4 milhões.

O volume de prêmio emitido – um indicador de quanto a empresa vendeu em seguros – caiu 3,7% em maio em relação ao mesmo mês do ano passado, para R$ 564,2 milhões. Houve crescimento no Brasil, de 8,4%, para R$ 420,6 milhões, mas queda no exterior, de 27,4%, para R$ 143,6 milhões.

No acumulado de janeiro a maio, o prêmio emitido está 5,5% abaixo do registrado no mesmo intervalo de 2021, em R$ 3,1 bilhões, também pressionado pela queda na venda de seguros no exterior, onde a emissão caiu 25,4%, a R$ 1,2 bilhão. No Brasil, houve crescimento de 11,2%, para R$ 1,9 bilhões.

“A redução no exterior está em linha com a estratégia de foco no mercado doméstico’, disse o IRB em um comunicado.

As despesas com sinistro – ou seja, o que o IRB gasta quando os clientes acionam os seguros – cresceu 73,2% em maio em relação a igual mês do ano passado, para R$ 631,3 milhões. Com isso, o índice de sinistralidade, que mede a relação entre os custos e as receitas de uma seguradora, foi de 131,3%.

Em outras palavras, o IRB gastou mais do que recebeu.

O crescimento das despesas, segundo a companhia, foi motivado principalmente por ocorrências no segmento de agronegócio.

De janeiro a maio, a despesa do IRB com sinistro totalizou cresceu 7,9% em relação a igual intervalo de 2021, para R$ 2,0 bilhões, enquanto o índice de sinistralidade foi de 97,5%, comparado a 75,1% no mesmo período do ano passado.

Excluindo os efeitos climáticos adversos ao segmento do agronegócio no Brasil e acionamentos relacionados à Covid-19, a taxa de sinistralidade teria ficado em 73,3% nos primeiros cinco meses deste ano.

IRB Brasil parece caminhar para campo negativo (mais uma vez)

Os relatórios periódicos da companhia estão em linha com o acompanhamento da Susep (Superintendência de Seguros Privados), como uma fiscalização especial.

A medida foi colocada em prática em maio de 2020, após a autarquia ligada ao Ministério da Economia identificar que existia, na época, insuficiência nos “ativos garantidores de provisões técnicas”, trazida à tona pela fraude nos balanços da companhia naquele ano.

O termo é habitualmente utilizado no ramo de seguros, e faz alusão aos ativos mobiliários que servem como cobertura para o conjunto de passivos (potenciais sinistros) que o ressegurador tem.

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No relatório referente ao mês de abril, divulgado em junho, a empresa havia reportado um resultado negativo de R$ 92,7 milhões — aumentando o prejuízo em quase 90% na comparação anual. O balanço começou a colocar em xeque a recuperação da empresa em 2022.

O mercado passou a avaliar a possibilidade de mais um prejuízo, agora no período entre abril e junho, após um lucro de R$ 80,5 milhões ter sido registrado no primeiro trimestre.

A exposição da empresa ao agronegócio traz uma melhor percepção de “segurança”, dada a solidez do segmento, mas eventos climáticos, sazonais ou não, fogem do controle e podem impactar fortemente as atividades do setor — como aconteceu no primeiro trimestre deste ano.

A visão mensal não é o melhor indicativo para avaliar o quadro geral da empresa, que ainda tem investido no reposicionamento geográfico, essencial para garantir a sustentabilidade do negócio, mas traz relevantes indicativos do andamento do trimestre. O resultado consolidado do período será divulgado pelo IRB Brasil no dia 15 de agosto.

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