Investir em longo prazo requer mais paciência, mas é mais fácil, diz Itaú Asset

Gestora prevê inflação estabilizada nos próximos 15 anos, mas ritmo de crescimento da economia deve ser mais baixo que o restante do mundo

Foto: Shutterstock/A_stockphoto

O brasileiro destoa dos estrangeiros quando o assunto é investimento de longo prazo. Enquanto no resto mundo o termo significa um período de 5 a 20 anos, por aqui é sinônimo de um prazo de um a três anos – e isso dificulta o planejamento, segundo Benjamin Mandel, estrategista-chefe de Portfolio da Itaú Asset.

Durante o 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada, ele ressaltou que ter uma visão estrutural é fundamental para ponderar os riscos e retornos e planejar um portfólio que atravesse os próximos anos ou décadas.

“Como será a taxa de inflação daqui a 18 meses? Ninguém sabe e é difícil acertar. Mas qual será a taxa de inflação média nos próximos 15 anos? É um bicho diferente”, disse o especialista.

A Itaú Asset fez este exercício de estimativas e, a partir dele, tirou algumas conclusões que podem ajudar quem está interessado em ganhar com o mercado no longo prazo.

Num cenário que vai de agora até 2037, a previsão é que a taxa do CDI – usada nos empréstimos entre os bancos e cuja variação é muito próxima à da Selic – seja de, em média, 6,5% ao ano ao longo deste período. Isso representa uma queda em relação aos 15 meses anteriores, quando a média da taxa foi de 9% ao ano.

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Para a inflação, a previsão da Itaú Asset com base em dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) e em análises próprias é que a alta de preços seja de em média 3,4% ao ano até 2037.

Com isso, o prêmio de risco da inflação – o retorno adicional que o mercado exige para compensar a possibilidade de alta nos preços – deve ficar menos expressivo nos próximos anos, disse o economista.

Além do mercado doméstico, o investidor também deve encontrar oportunidades no cenário global, principalmente pela perspectiva de crescimento econômico esperado mais baixo para o Brasil diante dos seus pares globais.

O economista prevê que o PIB (Produto Interno Bruto) terá um crescimento médio de 0,8% em 15 anos. Entre outros fatores, o baixo desempenho será resultado da desaceleração do crescimento populacional e do aumento da taxa de idosos.

Mercado financeiro

O Itaú Asset prevê que o Ibovespa, o principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, tenha alta de 10,7% na média até 2037, abaixo do crescimento de 11,9% observado nos últimos 15 anos. O desempenho brasileiro também fica aquém ao comparado com outros mercados. Em Nova York, o S&P 500 deve ter elevação média de 11,5%, enquanto a China deve ter alta de 15,5%.

“Essa narrativa deixa o Ibovespa em um patamar razoavelmente bom, mas não excepcional”, explica.

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