Investidores tiram dinheiro de fundos pela 1ª vez em seis meses – nem renda fixa escapou

Apesar do revés, indústria de fundos mantém saldo positivo de R$ 29,8 bilhões em aportes em 2022

Foto: Shutterstock

Os fundos brasileiros fecharam o mês de maio com mais resgates do que investimentos, algo que não acontecia desde novembro do ano passado, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Em maio, o saldo de recursos direcionados aos fundos de investimento ficou negativo em R$ 64 bilhões – diferença entre R$ 850,5 bilhões em aportes e R$ 914,5 bilhões em saques. O resultado foi influenciado pelos resgates líquidos das três principais classes do setor: renda fixa, multimercados e ações.

Praticamente todas as classes de fundos tiveram retiradas liquidas. A exceção foram os FIPs (Fundos de Investimento em Participações), com captação líquida de R$ 817,5 milhões.

No acumulado de 2022, os fundos de investimento ainda registram entrada líquida de R$ 30 bilhões – bem menos que os R$ 206,1 bilhões observados de janeiro a maio do ano passado.

A onda de resgates em maio atingiu inclusive os fundos de renda fixa, segmento que se tornou mais atraente nos últimos meses por causa do aumento da Selic, a taxa básica de juros, para 12,75% ao ano.

Estes fundos tiveram saída líquida de R$ 22,3 bilhões em maio, mas o resultado foi consequência de saques de R$ 62,8 bilhões concentrados em dois fundos desta categoria. No geral, segundo a Anbima, ainda há grande procura dos investidores pela renda fixa, e os fundos deste segmento acumulam entrada líquida de R$ 98 bilhões em 2022.

“Os fundos de renda fixa continuam com apelo entre os investidores, mas movimentos concentrados de mercado acontecem e podem distorcer um pouco o comportamento da classe no mês”, detalha Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima.

Ações e multimercados também perderam

Os fundos multimercados registraram saques de R$ 12,2 bilhões no mês. No acumulado do ano, a classe tem saldo negativo de R$ 55 bilhões.

Os fundos de ações também viram mais resgates do que aportes, com saída líquida de R$ 9,4 bilhões em maio e de R$ 47,4 bilhões no acumulado de 2022.

Os dados também mostram recuo de R$ 425,4 milhões em fundos cambiais, a segunda queda consecutiva. A sequência de dados no vermelho ocorre em paralelo à desvalorização do dólar ante o real. No mês passado, a divisa americana registrou queda de 4,02%.

Confira abaixo o desempenho das principais classes de fundos:

Categoria Maio (R$ mi) 2022 até maio (R$ mi)
Renda Fixa -22.273 97.924
Ações -9.395 -47.411
Multimercados -12.164 -55.222
Cambial
-425 649
Previdência -410  -5.297

Fonte: Anbima

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