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Inflação nos EUA supera expectativa e mercado ajusta apostas de alta nos juros do país

Indicador reduziu convicção dos investidores em aumento de 0,50 ponto porcentual dos juros em junho

Foto: Shutterstock

A inflação ao consumidor dos Estados Unidos desacelerou em abril, mas ficou acima das previsões do mercado, o que diminuiu levemente a convicção dos investidores na possibilidade de os juros seguirem a trajetória sinalizada recentemente pelo banco central americano.

Segundo dados divulgados pelo governo dos EUA, o índice de preços ao consumidor do país teve alta mensal de 0,3% em abril, após subir 1,2% em março. No acumulado em 12 meses, o ritmo de alta diminuiu de 8,5% para 8,3%, na mesma base de comparação.

Boa parte da desaceleração foi reflexo da queda nos preços dos combustíveis no país em abril ante março. Durante o período, a gasolina ficou 6,1% mais barata, por exemplo.

O índice de preços excluindo alimentos e energia – que mede o chamado “núcleo da inflação” – intensificou seu avanço em termos mensais, passando de 0,3% em março para 0,6% em abril, mas desacelerou no acumulado em 12 meses, de 6,5% para 6,2%.

Os resultados ficaram levemente acima das previsões do mercado. Segundo informações do banco Nordea, a projeção das instituições financeiras era de desaceleração tanto do índice cheio quanto do núcleo da inflação para níveis menores – de 8,1% e 6,1% ao ano, respectivamente.

Por que a inflação dos EUA é importante

Os dados de inflação dos EUA ganharam mais relevância neste ano porque o banco central do país, o Federal Reserve, começou a elevar as taxas de juros para tentar conter o aumento nos preços ao consumidor americano.

Juros maiores, no entanto, restringem a atividade econômica e tendem a aumentar o apelo dos investimentos em renda fixa em detrimento do mercado de ações.

Monitorar a inflação permite que o mercado calibre melhor as apostas em relação à trajetória dos juros e ao melhor destino para seus investimentos.

Os dados de hoje, por exemplo, mudaram levemente a perspectiva dos investidores para o aumento dos juros nos próximos meses.

Antes da divulgação dos números, o mercado via 90% de chance de as taxas nos EUA aumentarem 0,50 ponto porcentual (pp) em junho e mais 0,50 pp em julho, segundo dados do CME Group.

Essa perspectiva era reflexo de comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizando que os próximos aumentos nos juros seriam desta magnitude.

Após a publicação dos dados de inflação, porém, essa convicção diminuiu –  com a probabilidade de aumento de 0,50 pp caindo para 80%, no caso do mês de junho, e para 75% em julho -, enquanto a perspectiva de elevações mais intensas nas taxas se fortaleceu.

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