Inflação e custos pesam e Pão de Açúcar (PCAR3) tem prejuízo, mesmo com alta na receita

Mercado já antecipava perdas, mas resultado foi pior do que o previsto

Foto: Shutterstock

Apesar de a receita do Pão de Açúcar (PCAR3) ter subido no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior, a alta da inflação e o aumento dos custos pesaram sobre os resultados da varejista de alimentos, que registrou prejuízo, de acordo com o balanço publicado na noite desta quarta-feira (27).

A receita líquida da companhia teve alta de 9,3% entre o primeiro trimestre de 2021 e os mesmos três meses deste ano, para R$ 10,1 bilhões, resultado do foco na melhoria operacional nas operações no Brasil, seguindo a descontinuidade do formato de hipermercados, e do crescimento do Grupo Éxito, braço internacional do Pão de Açúcar.

Apesar disso, a alta inflação, que não foi totalmente repassada nos preços finais dos produtos; a expansão de 11,4% nos custos, principalmente em transformadores de mercadorias em loja, embalagens e logística; e o impacto das taxas de operação de parceiros responsáveis por delivery pesaram em outras linhas do resultado.

Assim, o Pão de Açúcar registrou prejuízo líquido de R$ 172 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 3 milhões anotado em igual período de 2021.

Ainda que o mercado já antecipasse prejuízo, as perdas anotadas superaram as estimativas. A XP Investimentos, por exemplo, projetava um prejuízo líquido de R$ 80 milhões, o UBS-BB, de R$ 31 milhões, e o Itaú BBA, mais pessimista, de R$ 110 milhões. “A desaceleração de margens, combinada com um resultado financeiro mais pesado, deve levar a um prejuízo líquido de R$ 110 milhões”, escreveram analistas do BBA.

Nesse contexto, o Ebitda ajustado, que desconsidera as despesas relacionadas aos negócios descontinuados, encerrou o trimestre em R$ 706 milhões, recuo de 9% na comparação anual, e a margem Ebitda ajustada caiu 1,4 ponto percentual, para 7%.

Estas linhas também foram impactadas por maiores despesas de vendas, gerais e administrativas e pelo maior nível de provisão para devedores duvidosos.

A pressão sobre as margens também já era antecipada pelo mercado. “Apesar do crescimento da receita, estimamos que os custos crescerão mais, com o GPA Brasil investindo em preço (itens promocionais)”, escreveram analistas da Genial Investimentos, em relatório de prévia de resultados.

“Com maior foco nos formatos mais rentáveis e no nosso plano de expansão e conversão, além do efeito dos planos de readequação das despesas administrativas e logísticas da companhia, esperamos ter uma diluição dos custos fixos e consequentemente uma evolução na nossa margem de rentabilidade”, afirmou a companhia.

⇨ Quer conferir quais são as recomendações de analistas para as empresas da Bolsa? Inscreva-se no TradeMap!

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.