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Infinity Asset fecha fundos para resgate após sofrer saques por desligamento da Anbima

Fundo Infinity Select perdeu mais da metade do patrimônio após saque líquido de R$ 413,7 milhões desde dezembro quando a gestora foi desligada da Anbima

Foto: Shutterstock/Mr.paripat niyantang

A gestora Infinity Asset, que tem R$ 699 milhões sob gestão, fechou dois fundos de investimento para resgate a partir desta quarta-feira (8), em função da iliquidez dos ativos na carteira, que torna mais difícil a venda desses papéis para atender ao aumento de pedidos de saques.

Foram fechados dois fundos de renda fixa para resgates o Infinity Select e o Infinity Lotus. O primeiro, que é o carro-chefe da casa, registrou saque líquido de R$ 413,7 milhões desde dezembro, até o dia 6 de fevereiro, com a saída de 5.213 cotistas,. Com isso, o patrimônio do fundo caiu para menos da metade de R$ 681,9 milhões para  R$ 282 milhões em fevereiro.

A carteira fechou 2022 com ganho de 20%, 161% do CDI.

Já o segundo fundo, o Lotus, registrou saque líquido de R$ 52,8 milhões no período, com a saída de 106 cotistas, até o dia 6 de fevereiro, e conta com patrimônio de R$ 97 milhões. A carteira registrou ganho de 23,24% em 2022.

Em carta aos cotistas a Infinity afirma que o fechamento dos fundos decorre de decisão da administradora das carteiras, em razão do aumento repentino e atípico de pedidos de resgate por parte dos cotistas.

Os saques na gestora começaram após a Infinity perder o selo da Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), responsável pela autorregulação da indústria de fundos.

Segundo a Anbima, a gestora foi desligada por causa do descumprimentos de melhores práticas, como a realização de investimentos em violação aos limites previstos nos regulamentos; falhas no processo de acompanhamento dos riscos de crédito das operações realizadas nos fundos; falhas na administração de potenciais conflitos de interesses; falta de independência na área responsável por gestão de risco e compliance e falhas no processo de rateio de ordens.

O julgamento pelo conselho de melhores práticas da Anbima aconteceu em dezembro de 2020, mas os efeitos da decisão estavam suspensos em cumprimento de liminar, que tinha sido concedida à Infinity em ação que tramita em segredo de Justiça no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Perder o selo da Anbima não impede a gestora de continuar operando, já que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é o órgão responsável por autorizar o funcionamento e registro da instituição.

Contudo, as plataformas que negociavam o fundo pararam de oferecer o produto.

Fundada em 1999 e atuando na gestão de recursos desde 2003, a Infinity gerencia sete fundos, sendo quatro de renda fixa, um de renda variável e dois multimercados.

A Infinity afirma na ação judicial que não lhe foi assegurado o seu pleno exercício do contraditório e da ampla defesa.

A gestora reitera que permanece cumprindo em todos os seus atos as diretrizes contidas nos manuais de melhores práticas e respeitando os Códigos da Anbima.

Procurada, a Anbima não quis comentar o caso.

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