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Hard wallet: conheça a proteção física do investidor de cripto contra as ameaças digitais

Dispositivos físicos e online podem ser usados como meio de garantir a custódia dos investimentos criptografados

Foto: Shutterstock

O debate de segurança de criptoativos depositados em plataformas e exchanges ganhou contornos dramáticos nas últimas semanas com a sucessão de gigantes do setor que anunciaram o bloqueio total ou temporário de acesso dos investidores às suas contas.

A crise de confiança no mercado digital se soma aos não raros ataques de grupos hackers em empresas e bolsas criptos, e que geralmente deixam um rastro de prejuízos milionários e muita dor de cabeça aos investidores.

As hard wallets são uma das formas mais indicadas por especialistas como proteção a quem está neste mercado. O nome remete à algo físico (hardware), de um equipamento se assemelha a um pendrive, onde fica guardado o acesso às criptomoedas.

Estes dispositivos também podem ser desprovidos de acesso à internet – neste caso, são conhecidos como cold wallet, uma referência a um aparelho “frio” por não ter nenhuma conexão com redes externas.

São justamente essas duas características que garantem a segurança dos investimentos.

Para entender melhor como as hard wallets funcionam, é preciso ter em mente que criptomoedas como o Bitcoin não existem fisicamente nem são armazenadas em um servidor ou em uma central.

Em vez disso, elas existem no blockchain, um registro das operações com esses ativos que é compartilhado e verificado por todos os que fazem transações neste mercado.

No blockchain, cada investidor é identificado por uma chave individual. O que a wallet faz, na prática, é certificar que é você quem está usando esta chave, e impedir que outras pessoas sem acesso ao dispositivo consigam fazer isso.

Entre as fabricantes de hard wallets mais conhecidas, se destacam a Ledger e a Trezor. Os produtos de ambas podem ser encontrados em sites brasileiros especializados em cripto a preços que variam de R$ 600 a R$ 800.

Como funciona uma hard wallet?

Uma hard wallet tem o mesmo preceito de uma carteira “tradicional”: guardar dinheiro. A diferença está na forma de acessar esse capital.

hard wallet guarda uma sequência de 12 a 24 palavras-chave (o número varia conforme o fabricante), que funcionam como a senha de acesso aos criptoativos.

Esses códigos, organizados de forma aleatória e sempre com palavras em inglês, sem ligação umas com as outras, são criados por meio de inteligência artificial que impede que sejam duplicados para outro usuário.

As palavras-chave são entregues ao usuário no momento em que o dispositivo é acionado pela primeira vez. É somente através da ordem correta do código que os criptoativos ficam disponíveis para a movimentação do investidor.

Por conta desse fator de segurança, analistas do mercado ressaltam a necessidade de manter uma cópia da sequência de letras em um local seguro, ao qual só o dono da hard wallet possa ter acesso

Este backup pode ser feito em pedaços de papel guardados em locais estratégicos ou até mesmo em chapas de ferro com alto grau de resistência caso haja algum imprevisto, como um incêndio no local onde o código está depositado.

Para Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, um dos lugares menos aconselháveis é em um ambiente virtual, como em um e-mail ou no bloco de notas do computador, pela exposição elevada a investidas criminosas.

“Existem softwares maliciosos programados para fazer buscas em computadores para encontrar padrões com 12 ou 24 palavras aleatórias. Caso uma pessoa de fora consiga as palavras-chave, ela vai ter acesso aos fundos do investidor”, explica.

Além da proteção contra crimes, os códigos também servem para recuperar os ativos caso a hard wallet seja extraviada, perdida ou destruída. Usando a mesma sequência de palavras, o investidor consegue acessar a sua carteira cripto de qualquer outro tipo de dispositivo.

Para quem as hard wallets são indicadas?

Os dispositivos são indicados para investidores que possuem uma quantia mais elevada de criptoativos e não planejam movimentar as moedas no curto prazo, diz Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset Management.

“Existem carteiras online que são melhores para quem possui um aporte menor e para transações no dia a dia”, explica. Isso porque o preço de uma hard wallet pode passar da casa de R$ 1 mil.

Pelos valores, Medeiros, diz que o ideal é que o valor do aparelho seja até 5% do total investido em criptoativos.  Nesta conta, valeria a pena o investidor gastar R$ 600 em um dispositivo se ele tivesse no mínimo algo ao redor de R$ 12 mil em ativos.

Outras formas de armazenamento

Há outras formas também de armazenamento dos ativos digitais com variados graus de segurança e custo aos investidores.

As hot wallets são bastante difundidas entre investidores menores e iniciantes. Elas funcionam como “carteiras digitais”, com o depósito feito em plataformas online, ou seja, mais expostas a riscos de ataques hackers.

Entre as mais conhecidas estão Trust Wallet, Atomic Wallet e Mycelium.

Há plataformas que podem ser registradas em computadores e smartphones, também chamadas de Desktop Wallets, como a Exodus e Electrum.

Também em formato de cold wallet, existem as paper wallets. Elas funcionam através de um código QR que dá acesso direto à plataforma escolhida pelo investidor, como BitAddress, LiteAddress e WalletGenerator.

Apesar da praticidade, os investidores devem ficar atentos no local em que imprimem o código, já que ele será a forma de acessar as palavras-chave, e ao risco de o papel se perder ou ser destruído.

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