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Guerra na Ucrânia força mudança de rota no Banco Central Europeu

BCE surpreendeu mercado ao anunciar fim antecipado de estímulos na zona do euro, em preparação para inflação mais alta na zona do euro

O BCE (Banco Central Europeu), que define os juros praticados nos países da zona do euro, surpreendeu o mercado financeiro ao indicar que vai encerrar alguns meses mais cedo as medidas de apoio ao crescimento da região. O motivo para a mudança é a preocupação com a possibilidade de estagnação econômica e inflação alta na Europa por causa das consequências da guerra na Ucrânia.

“A invasão da Ucrânia pela Rússia torna a energia mais cara, atrapalha o comércio e pesa sobre a confiança das pessoas. O crescimento econômico será mais fraco que o esperado antes do início da guerra”, disse o BCE.

Ao mesmo tempo, ressaltou que a inflação deve ficar mais alta. “Os preços da energia subiram mais, também por causa da guerra. Os preços de alimentos e muitos outros produtos e serviços também estão subindo”, afirmou.

Fonte: BCE

Na decisão anunciada mais cedo, o BCE disse que no curto prazo mudará o foco dos estímulos oferecidos à zona do euro.

Primeiro, decidiu fechar a torneira, ainda este mês, de um programa criado em março de 2020 para conter os prejuízos trazidos pela pandemia de Covid-19.

Por outro lado, dobrou – de 20 bilhões para 40 bilhões de euros – o volume de recursos injetados no sistema financeiro por meio de outro programa. No entanto, disse que diminuirá gradualmente este estímulo, podendo zerá-lo no início do segundo semestre. Antes, a expectativa era de que isso acontecesse em outubro.

Especialistas apontaram que o movimento do BCE foi uma tentativa de abrir espaço na política monetária para elevar juros ainda este ano ou para retomar as injeções de dinheiro na economia se isto for necessário.

“O BCE está avançando com uma normalização muito gradual da política monetária, deixando o máximo de flexibilidade em todas as direções. Este é definitivamente o melhor que o BCE pode fazer diante da guerra na Ucrânia e da incerteza extremamente elevada”, disse o banco ING em relatório.

“A decisão de hoje deixa a porta bem aberta para um primeiro aumento de juros antes do final do ano. Há pouco ou nada que o BCE possa fazer para parar a inflação na conjuntura atual, e a perspectiva de estagflação vai complicar ainda mais a vida do BCE”, acrescentou.

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