Tanto a Gol (GOLL4) quanto a Azul (AZUL4) devem se beneficiar da MP (medida provisória) 1.147, que zera a alíquota de PIS/Cofins sobre as receitas de transporte aéreo de passageiros entre 2023 e 2026, segundo o Itaú BBA.
Atualmente, segundo o banco, a Azul e a Gol estavam pagando de 2% a 3% de PIS/Cofins, e a MP, publicada na última terça-feira (20), deve ajudar a impulsionar o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das duas companhias.
O lucro operacional da Azul poderia aumentar entre R$ 390 milhões e R$ 580 milhões em 2023 – valor representa 10% do que o mercado prevê para o Ebitda da empresa no ano que vem. No caso da Gol, que possui uma malha aérea maior e, portanto, paga mais imposto, o efeito positivo seria de R$ 370 milhões a R$ 550 milhões – ou 11% do Ebitda estimado pelo mercado.
“Acreditamos que as empresas ainda estão avaliando qual seria o real impacto”, explicam os analistas Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano.
Os riscos
A MP, que ainda precisa passar pelo Congresso, começa a valer em janeiro de 2023 e terá duração de cinco anos se convertida em lei. O Itaú BBA, porém, acha que há dois riscos relacionados à MP.
O primeiro deles é a medida durar pouco tempo caso não seja convertida em lei. Isso pode acontecer caso o Congresso reprovar a MP ou permitir que ela perca a validade.
O segundo é as companhias aéreas decidirem repassar a redução nas despesas para o preço das passagens para estimular a demanda.
O primeiro risco é mais preocupante, principalmente porque o governo federal precisa de receita para evitar que as contas públicas piorem, diz o Itaú BBA. O segundo é menos provável, dado que as empresas aéreas estão focadas em recuperar margens de lucro, acrescenta o banco.
Por volta de 14h, a ação preferencial da Azul operava em baixa de 1,48%, a R$ 10,62, enquanto o papel preferencial da Gol tinha alta de 0,14%, a R$ 7,15.