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Gol (GOLL4) duplica receita, mas custo com combustível dispara e prejuízo supera previsão

Saldo negativo no terceiro trimestre mostra desaceleração em comparação ao mesmo período do ano passado

Foto: Divulgação

Apesar de a receita da Gol (GOLL4) ter mais do que dobrado no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, a disparada dos custos, principalmente com combustível, prejudicou os resultados e fez a companhia aérea registrar novo prejuízo bilionário e maior que o esperado, conforme dados do balanço divulgados na manhã desta quinta-feira (28).

A receita da empresa foi de R$ 4 bilhões entre julho e setembro deste ano, alta de 109% ante o mesmo período do ano passado (R$ 1,91 bilhão). O resultado foi impulsionado pelo transporte de passageiros, que cresceu 112%, enquanto o setor de cargas teve aumento de 69%.

O faturamento maior, no entanto, ficou muito próximo do total de despesas operacionais da Gol. Estas despesas somaram R$ 3,96 bilhões no terceiro trimestre, alta de quase 50% em comparação ao ano passado (R$ 2,66 bilhões).

A melhora na receita garantiu à Gol um pequeno lucro operacional, mas isso foi insuficiente para cobrir as despesas financeiras da companhia, que embora tenham encolhido 19,8% no terceiro trimestre em relação a um ano antes, somaram R$ 1,58 bilhão.

Com estes números, a Gol registrou prejuízo líquido de R$ 1,54 bilhão no terceiro trimestre deste ano, queda de 38% ante o saldo negativo de R$ 2,52 bilhões observado no mesmo período de 2021.

Apesar de sinais positivos no balanço – como a recuperação do resultado operacional e a redução do prejuízo líquido -, o resultado final da Gol veio pior do que as previsões do mercado e da própria companhia. Em prévia divulgada no último dia 13, a Gol projetava prejuízo por ação de aproximadamente R$ 1,80 no terceiro trimestre de 2022. No balanço do terceiro trimestre, este número foi bem maior, de R$ 3,70.

Já o Santander projetava que a companhia aérea apresentaria prejuízo líquido de R$ 425 milhões no período, com uma margem líquida de -11,7%.

Combustível ainda é grande vilão da Gol

Assim como nos trimestres anteriores, os gastos com combustível tiveram o maior impacto para os custos da companhia aérea. No terceiro trimestre, a Gol gastou R$ 1,78 bilhão com querosene, aumento de 165%, ou mais do que o dobro, em relação aos R$ 672,5 milhões do terceiro trimestre do ano passado.

“Este trimestre foi impactado pelo efeito combinado do aumento nas cotações de petróleo e desvalorização do real no final do segundo trimestre que resultou no maior preço por litro de combustível da história da indústria, com aumento de 9% no comparativamente ao trimestre anterior”, pontuou a empresa.

A Gol, inclusive, aumentou a previsão de preço do combustível em 2022, de R$ 5,7 para R$ 5,9 por litro.

Diante destes números, o resultado operacional (receita menos despesas) do terceiro trimestre registrou saldo positivo de 40,7 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 752,5 milhões do mesmo trimestre de 2021, com margem positiva de 1%.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) encerrou o período com saldo no azul em R$ 695,2 milhões, revertendo o saldo negativo de R$ 257,8 milhões do trimestre anterior e margem recorrente de 17,3%.

A margem veio acima do esperado pelo mercado. O Santander projetava resultado de 13,4%, enquanto a Genial Investimentos previa 14,9% e o Goldman Sachs, 17%.

Indicadores operacionais

Os indicadores operacionais da empresa indicaram melhora das atividades. A oferta de assentos medida pela multiplicação de vagas em um avião pela distância percorrida (ASK) cresceu 41,3% no terceiro trimestre, enquanto a demanda, que calcula quantos passageiros de fato ocuparam o assento durante o trajeto (RPK), teve alta de 40,9%.

A Gol, no entanto, diminuiu a projeção de crescimento da oferta de assentos neste ano, para a faixa de 50% a 55%. Antes, a estimativa ia de 55% a 65%.

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