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EUA falam em retomar compra de petróleo russo – e preço do barril cai de novo

Mecanismo defendido pelos americanos permitiria compra de petróleo da Rússia até um preço predeterminado e está em análise

Foto: Shutterstock

Os Estados Unidos defenderam a possibilidade de países que assumiram o compromisso de banir as compras de petróleo da Rússia voltarem a comprar o produto russo – e isso fez os preços do petróleo caírem e ficarem um pouco mais longe dos US$ 100 por barril.

Num discurso feito mais cedo, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, foi a favor da adoção de um mecanismo que permita aos países comprar petróleo da Rússia, desde que os barris comprados fiquem abaixo de um preço predeterminado.

“O teto para o preço do petróleo russo é uma das nossas ferramentas mais poderosas para lidar com a dor que americanos e famílias em todo o mundo estão sentindo na bomba de combustíveis e nos mercados”, disse Yellen.

“O limite ao preço do petróleo russo negaria a Putin a receita que sua máquina de guerra precisa e reforçaria as sanções já adotadas, dificultando que ele faça a guerra dele ou expanda a economia. Também ajudaria a manter a oferta global de petróleo para consumidores na América e globalmente num momento em que os preços da energia estão disparando.”

Ainda não está claro se a proposta será aceita por outros países.

A declaração afetou o preço do petróleo, que por volta das 10h caía 1,4% no mercado futuro da ICE, a US$ 98,20 por barril. É o menor preço desde o início de abril.

Para entender o peso do comentário de Yellen, é preciso lembrar que os preços do petróleo dispararam em março deste ano – chegando perto de US$ 140 o barril – justamente por receios de que a União Europeia e os Estados Unidos deixariam de importar o produto da Rússia na tentativa de punir o país por começar uma guerra na Ucrânia.

Os russos, no entanto, são um dos maiores exportadores mundiais de petróleo. Sem os suprimentos vindos de lá, americanos e europeus acabariam tendo de comprar de outros fornecedores, aumentando artificialmente a demanda e inflando os preços da commodity.

De lá para cá, os Estados Unidos efetivamente barraram a importação de petróleo russo, enquanto a Europa se comprometeu a fazer isso, mas sob um cronograma que ainda permite as compras.

Além disso, outros grandes consumidores, como a China e a Índia, continuaram adquirindo os suprimentos da Rússia, o que deixou o mercado menos preocupado com o cenário de escassez e devolveu os preços do petróleo para a faixa dos US$ 110 o barril.

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Recentemente, os preços do petróleo caíram um pouco mais, em meio a preocupações crescentes com a possibilidade de grandes economias mundiais desacelerarem rapidamente – ou até mesmo encolherem – por causa do aumento generalizado nas taxas de juros.

A lógica é que, com os bancos centrais aumentando rapidamente o custo do crédito para conter a inflação, o consumo vai diminuir, prejudicando também a demanda por petróleo e derivados.

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