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Esh Capital consegue liminar na Justiça para suspender aumento de capital da Gafisa

Juiz entendeu que a operação deve ser tratada em assembleia geral extraordinária marcada para 9 de janeiro

Foto: Shutterstock/Refat

A gestora Esh Capital, acionista minoritária da Gafisa (GFSA3), conseguiu nesta quarta-feira (5) uma decisão liminar para suspender o aumento de capital da empresa.

A empresa informou ontem (4), por meio de fato relevante, que o conselho de administração da companhia homologou o aumento de capital no montante de R$ 78,1 milhões, abaixo dos R$ 150 milhões inicialmente previstos.

A gestora Esh trava uma disputa judicial com o empresário Nelson Tanure, controlador da Gafisa por meio de suas empresas.

A gestora pediu a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE), marcada para 9 de janeiro, para discutir a aprovação do aumento de capital e entrou na Justiça com agravo de instrumento para barrar a homologação da operação antes dessa votação, dado que a posição dos acionistas minoritários seria diluída.

O aumento de capital foi realizado pela emissão de 13.256.263 ações ordinárias a R$ 5,89, bem abaixo da cotação atual do papel de R$ 30,55.

A operação, contudo, foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) nesta quinta-feira (5).

Na decisão, o desembargador Azuma Nishi apontou que como existem diversos processos judiciais
propostos por acionistas da Gafisa apontando a ilegalidade do aumento do capital social aprovado pelo conselho de administração, bem como assembleia de acionistas designada para deliberar sobre a revogação ou confirmação deste aumento de capital, “revela-se prudente a imediata suspensão de emissão das ações prevista para amanhã (6)”.

A ação da companhia vem subindo desde o início do ano, acumulando uma alta de 206,97% no período com o desmonte de posições vendidas (apostando contra) a ação desde o fim de dezembro.

O desmonte das posições começou quando a Esh aumentou as compras do papel na segunda semana de dezembro, quando o papel estava perto de R$ 6.

O volume de ações alugadas somava 8,2 milhões de papeis em 29 de dezembro e caiu para 5,8 milhões em 4 de janeiro.

Com menos papel disponível para aluguel, a taxa de alguel da Gafisa saltou de 23,05% para 38,56% no período.

Além de barrar o aumento de capital, a Esh também conseguiu uma decisão liminar que impediu a conversão de debêntures emitidas pela Gafisa em ações da companhia no valor de R$ 245,5 milhões.

A Esh alegou que o dinheiro levantado para o desenvolvimento de projetos beneficiaria a empresa de Tanure, que seria proprietária dos terrenos negociados.

Procurada , a Gafisa não retornou o pedido de entrevista até o momento.

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