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Erro no balanço da Eve deve trazer impacto de US$ 82 milhões nas despesas da Embraer (EMBR3)

Companhia avalia outros possíveis efeitos do processo de listagem da subsidiária nos EUA

Foto: Shutterstock

Por erro de contabilidade, a Eve, subsidiária de mobilidade urbana da Embraer (EMBR3), precisou refazer seu balanço do segundo trimestre – o que, na estimativa da fabricante de aeronaves, deverá trazer um aumento de cerca de US$ 82 milhões em despesas não-caixa, de acordo com comunicado ao mercado publicado na noite desta quinta-feira (29).

“A Eve Holding estima que o efeito do refazimento das demonstrações financeiras do segundo trimestre de 2022 será um aumento nas despesas não-caixa em aproximadamente US$ 87 milhões, e um aumento do capital social no mesmo valor”, diz o comunicado.

A decisão de refazer o balanço do trimestre veio depois de o comitê de auditoria da Eve concluir que a contabilização de determinados bônus de subscrição emitidos pela companhia deveria ser ajustada.

A Embraer, por sua vez, ainda está avaliando os efeitos que as alterações nas demonstrações financeiras da Eve devem ter sobre seu próprio balanço do segundo trimestre. Até o momento, a estimativa é de um aumento de cerca de US$ 82 milhões nas despesas não-caixa e no passivo não-circulante.

Além disso, a fabricante de aeronaves está avaliando impactos em outras contas de seu balanço, relacionadas principalmente à transação envolvendo a Eve e a SPAC (Special Purpose Acquisition Company) que permitiu a listagem da subsidiária nos Estados Unidos. Estes impactos, na avaliação da Embraer, poderiam aumentar as despesas não-caixa em aproximadamente US$ 83 milhões.

As despesas não-caixa são aquelas que não estão diretamente relacionadas à operação da companhia, ou seja, que não geraram desembolsos de caixa no período em questão.

“A Embraer esclarece que os conceitos em torno da contabilidade de temas relacionados a SPACs podem ter diferentes interpretações dependendo das características da transação e que, portanto, a companhia continua analisando com seus auditores o impacto da combinação de negócios com a SPAC na condição financeira e resultados da operação para o trimestre encerrado em 30 de junho de 2022”, afirma a companhia.

A companhia ressalta que o refazimento do balanço não irá afetar demonstrações financeiras de outros períodos nem da Eve e nem da Embraer, assim como não devem ter impacto sobre a liquidez ou o cumprimento de suas obrigações contratuais relevantes das companhias.

A Embraer afirma estar avaliando, no entanto, a existência de “uma deficiência relevante nos controles internos”.

Além disso, uma vez que as projeções de margem Ebit ajustada e margem Ebitda ajustada da Embraer para 2022 não consideram os resultados da Eve, o guidance da companhia permanece inalterado e não deverá ser afetado pelas mudanças.

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