Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Enquanto enfrenta dupla crise, Engie (EGIE3) acelera projetos para crescer, com direito a aquisição

O principal projeto de expansão é o Conjunto Fotovoltaico Assú, no Rio Grande do Norte, com capacidade de produção estimada de 870 MW

A Engie Brasil, maior empresa privada de energia do País, teve de encarar em 2021, assim como todo o setor, uma dupla crise: não bastasse o turbilhão de problemas causados pela pandemia, a companhia ainda precisou lidar com a crise hídrica.

Apesar das melhores condições hidrológicas no quarto trimestre, os custos de compra de energia vieram mais altos do que o esperado, chegando a R$ 751 milhões.

Além disso, os resultados foram impactados pela fraca produção eólica e uma paragem de manutenção programada na Pampa Sul, de setembro a novembro, conforme explicou o diretor-presidente da companhia, Eduardo Sattamini, em teleconferência com analistas nesta terça-feira (15), para comentar os resultados do balanço divulgado na segunda-feira (14).

Não por acaso, o lucro líquido da empresa teve queda de 92,4% no quarto trimestre de 2021, para R$ 78 milhões, em comparação a igual período do ano passado. Em todo o ano de 2021, o recuo foi de 44%, para R$ 1,6 bilhão.

Os planos de expansão da empresa, porém, seguem a todo vapor. Na segunda-feira (14) à noite, antes de divulgar seus resultados a mercado, a companhia informou que seu conselho de administração aprovou a aquisição dos conjuntos fotovoltaicos Paracatu (MG) e Floresta (RN), por R$ 625 milhões.

Além disso, a empresa conta com alguns projetos de expansão em andamento, que pretendem aumentar a sua produção em 2.139 MW. O principal deles é o Conjunto Fotovoltaico Assú, no Rio Grande do Norte, com capacidade de produção estimada de 870 MW.

Fonte: Engie Brasil

De acordo com Sattamini, as dificuldades que se apresentaram em 2021 mostraram a relevância da diversificação das operações, por meio da expansão de outras fontes renováveis, especialmente eólica e solar, e do ingresso em novos segmentos, tais como transmissão de energia e transporte de gás natural — atividade realizada pela Transportadora Associada de Gás S.A., a TAG, adquirida em 2019.

Outro ponto estratégico da empresa, segundo a apresentação, está dedicado a construir um sistema de energia de baixo carbono. Em maio do ano passado, a Engie anunciou seu reposicionamento em âmbito global. Energia renovável, infraestrutura de energia distribuída e gases renováveis seguem no centro da estratégia de expansão da empresa em todo mundo, orientando investimentos e operações que acelerem a transição energética. 

Resultados

Em 2021, a Engie Brasil teve um Ebitda ajustado de R$ 7,2 bilhões, alta de 12,3% em relação ao registrado no ano anterior. O avanço foi baseado em aumentos de receita vindos do segmento de geração e venda de energia elétrica do portfólio da companhia, do maior resultado da transportadora de gás natural TAG e do segmento de trading de energia. Pesaram negativamente, por outro lado, os segmentos de painéis solares e transmissão de energia.

O Ebitda ajustado do quarto trimestre caiu 5,8% em relação aos mesmos três meses de 2020, para R$ 2,25 bilhões.

A receita operacional líquida foi de R$ 12,541 bilhões, alta de 2,3% em relação a 2020, devido ao aumento do preço médio de venda de energia e do valor médio do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) anual, que cresceu 58%. No trimestre, a receita operacional líquida caiu 26,5%, para R$ 2,769 bilhões.

A inflação, segundo a empresa, também acabou prejudicando. De acordo com a companhia, a aceleração dos preços mpactou os resultados principalmente devido à correção das concessões a pagar e de demais despesas financeiras. De acordo com a Engie, a indexação dos contratos de vendas de energia teve seu preço médio elevado em 4,9% no ano, o que tende a neutralizar os efeitos inflacionários sobre os resultados no médio prazo.

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.