A troca de ações necessária à migração da Eletrobras (ELET3) para o Novo Mercado, segmento com exigência maior de governança, pode desagradar os acionistas da companhia. Essa é a visão do Itaú BBA, em relatório publicado na sexta-feira (28). De acordo com a instituição financeira, o prêmio na troca de papéis pode ser menor que 10%.
A recém-capitalizada Eletrobras anunciou na quinta-feira (27) que contratou assessores externos para ajudar no processo de estruturação e migração da companhia para o segmento. A migração das ações ocorre após a privatização da companhia, feita por meio de uma capitalização (follow-on), em junho deste ano.
Na prática, a companhia negociará apenas as ações ordinárias, com a conversão das preferenciais.
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“O fluxo médio de ELET3 (ordinárias) está em R$ 517 milhões por dia, enquanto os de ELET6 (preferenciais) em R$ 149 milhões por dia. O segundo está sendo negociado com um ‘prêmio’ de 5,6% em relação ao primeiro”, comenta o BBA.
A empresa está analisando proposta de conversão de ações preferenciais (ELET6) em ordinárias (ELET3) na proporção de uma ação do tipo ELET6 para cada 1,1 papel da ELET3, o que traria um prêmio de 10%.
O prêmio proposto é baseado na diferença de direitos de dividendos, destaca o banco. “Os acionistas da ELET6 têm direito a um dividendo mínimo anual de 6% do capital integralizado (R$ 1,49/ação) e a receber um dividendo por ação de pelo menos 10% superiores aos acionistas da ELET3.”