Eletrobras (ELET3) desiste de migração para Novo Mercado, pelo menos por enquanto

A Eletrobras (ELET3) informou o mercado na manhã desta terça-feira (29) que seu conselho de administração decidiu suspender neste ano o projeto de migração das ações da empresa para o Novo Mercado, segmento especial de listagem da B3 (B3SA3).

A empresa havia informado no dia 27 de outubro que estudava essa migração, mas preferiu deixar para outro momento.

Segundo a companhia, a decisão foi tomada ao avaliar “o atual cenário macroeconômico e as condições do mercado”. No entanto, a Eletrobras afirmou no comunicado que voltará a analisar essa migração no ano de 2023, conforme está previsto no seu plano de transformação.

A empresa informou ainda que seu conselho administrativo irá propor em assembleia geral o resgate de todas as ações preferenciais “classe A” da companhia e a incorporação de ações das subsidiárias Chesf, CGT Eletrosul, Furnas e Eletronorte.

Diferenças do Novo Mercado

Este segmento da Bolsa exige mais das empresas em termos de governança e direitos dos acionistas.

Um dos pré-requisitos do Novo Mercado, por exemplo, é que o capital da companhia seja composto exclusivamente por ações ordinárias. Hoje, a Eletrobras possui tanto ações ordinárias quanto preferenciais – ELET3 e ELET6.

A migração para este segmento, no entanto, não impede o governo federal de reter a chamada golden share – ação preferencial de classe especial que dá ao poder público direito de veto sobre algumas decisões da companhia.

Outras exigências do Novo Mercado incluem a inclusão de todos os acionistas em eventual oferta pelo controle da empresa, a obrigatoriedade de membros independentes no conselho de administração e a manutenção de um nível mínimo de 25% das ações em circulação no mercado.

Além disso, depois que uma empresa migra para o Novo Mercado, ela só pode sair deste segmento da Bolsa se tiver apoio de um terço dos acionistas.