As ações da Dexco (DXCO3) deveriam valer de 20% a 30% a mais, e só não está negociando a preços mais altos porque o mercado está ignorando um fator relevante para os resultados da empresa nos próximos anos, segundo o BTG Pactual.
Hoje, após quase quatro anos de espera, a Dexco anunciou o início da operação comercial da LD Celulose, fábrica que resulta de uma parceria firmada em junho de 2018 com a empresa austríaca Lenzing.
A LD Celulose terá capacidade de produzir 500 mil toneladas de celulose solúvel por ano, e venderá toda a produção a preços de mercado para a Lenzing, que será dona de 51% da fábrica. Os outros 49% pertencerão à Dexco.
A celulose solúvel é usada para produzir fibras de viscose, modal e liocel, com aplicação na produção de roupas, calçados, produtos de higiene e beleza, vernizes, esmaltes, pneus, cápsulas de remédios, alimentos como iogurtes e sorvetes e telas de LCD.
O mercado, porém, está ignorando o potencial da LD Celulose para os resultados da Dexco, segundo o BTG Pactual.
“Nossa impressão, ao falar com investidores, é que a maioria deles continua escolhendo não incluir o projeto nas análises por falta de visibilidade, visto que a Dexco terá fatia minoritária na joint venture. Nós humildemente discordamos”, disse o banco, em relatório.
Para o BTG Pactual, quem comprar a ação da Dexco hoje leva o projeto da LD Celulose “de graça”, porque os dividendos relacionados à fábrica devem começar a entrar mais cedo do que se prevê.
O banco afirma que a nova fábrica, além de ter garantia de que a produção será comprada pela Lenzing, venderá um produto que costuma custar US$ 200 a mais por tonelada do que a celulose de fibra curta (BHKP).
“Estimamos o preço da BHKP em US$ 700 por tonelada para 2022, e a diferença de preço da celulose solúvel (DWP) em US$ 300 por tonelada, com os valores gradualmente se normalizando para US$ 550 e US$ 200 por tonelada no longo prazo”, respectivamente, disse o BTG.
As vendas da LD Celulose em 2022 devem somar 260 mil toneladas, com a fábrica atingindo plena capacidade operacional no final deste ano, estima o banco.
Por volta das 16h (de Brasília), as ações da Dexco subiam 0,15%, para R$ 13,11. O BTG Pactual recomenda a compra das ações com preço-alvo em R$ 23.
Das oito instituições financeiras consultadas pela Refinitiv, metade recomenda a compra das ações e a outra metade a manutenção das ações em carteira, com a mediana do preço-alvo em R$ 17,86.