Dasa (DASA3): direito de recesso na incorporação da Ímpar vale a pena?

Valor a ser pago por ativo, de R$ 7,36, é 78,54% menor em relação a preço de fechamento de sexta-feira, de R$ 34,30

Foto: Unsplash

A companhia de saúde Dasa informou recentemente que seu conselho de administração aprovou a incorporação da controlada Ímpar Serviços Hospitalares. Por conta disso, a empresa convocou uma assembleia geral extraordinária (AGE) no dia 27 deste mês para deliberar com seus acionistas minoritários a respeito da operação.

No documento entregue à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a companhia apontou direito de recesso e eventual valor de reembolso para os acionistas que votarem não à proposta, que se abstiverem de votar ou que não comparecerem à AGE.

Vale lembrar que o direito de recesso é considerado uma proteção ao acionista minoritário, caso ele discorde de alguma operação da companhia – como no caso de incorporação.

Segundo a Dasa, o valor pago por ação será de R$ 7,36 – montante apurado com base no patrimônio líquido da companhia constante das demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2020 – para o acionista que tiver comprado ações ordinárias da empresa até 16 de março deste ano e mantido estes papéis em carteira.

Contudo, o valor a ser pago por ativo representa uma retração de 78,54% em comparação ao preço de fechamento da ação no pregão de sexta-feira, 3, de R$ 34,30.

O analista Enricco Cozzolino, da Levante Investimentos, disse à Agência TradeMap que, caso o acionista minoritário discorde da incorporação e queira vender sua participação, o melhor caminho seria fazer isso antes da assembleia, por meio de negociação na bolsa de valores.

Nesta segunda-feira, 6, as ações da companhia caíam 1,22%, a R$ 33,88, por volta das 11h20. Em um ano, acumulam perdas de 52% na B3.

Recomendação

O Banco Safra tem recomendação de compra para as ações da Dasa (DASA3), com preço-alvo de R$ 62 para dezembro de 2022, o que representa um potencial de valorização de 80%.

“Acreditamos que a avaliação atual da companhia oferece uma grande oportunidade de compra, com as ações sendo negociadas em 31 vezes o preço sobre lucro (P/L) em 2022 e de 17 vezes em 2023”, comenta o banco.

Para o ano que vem, o Safra estima um lucro líquido de R$ 654 milhões para a empresa de diagnósticos e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em português) de R$ 2,685 bilhões, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) do indicador operacional de cerca de 28% entre 2022 e 2026. O banco destaca o crescimento contínuo da receita (orgânico e inorgânico), sinergias de fusões e aquisições recentes e ganhos de escala em sua plataforma integrada.

“Presumindo que não haja surpresas relevantes em termos de execução, deve haver uma compressão de múltiplos significativa nos próximos anos, o que pode fazer a ação subir à medida que o crescimento dos lucros se torna mais claro”, aponta.

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