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Cyrela (CYRE3): margem deve melhorar nos próximos trimestres, mas sem superar o ano passado

Margem bruta da construtora caiu 3,4 pontos percentuais no primeiro trimestre do ano, para 31,1%

Foto: Shutterstock

Após um primeiro trimestre de 2022 misto, com a receita líquida subindo e a margem bruta caindo, a Cyrela espera melhorar sua margem nos próximos trimestres, mas sem superar o ano passado, quando foi impactada positivamente pelo reajuste do INCC.

Nos primeiros três meses do ano, a receita líquida da construtora alcançou R$ 1,23 bilhão, uma alta de 22,7% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a margem bruta ficou em 31,1% no trimestre, 3,4 pontos percentuais abaixo do primeiro trimestre de 2021.

De acordo com Raphael Horn e Miguel Mickelberg, co-presidente e diretor financeiro e de relações com investidores da Cyrela, respectivamente, em comentários durante a teleconferência de resultados na tarde desta segunda-feira (16), a margem foi impactada pelo empreendimento Wave by Yoo e pela pressão inflacionária nos custos de construção.

Além do INCC, a margem bruta foi impactada pelos lançamentos do período, ficando em 34% na média. Assim, apesar de acreditar que a margem deva melhorar nos próximos trimestres, a expectativa da empresa é que ela permaneça abaixo da registrada em 2021.

“Vai depender muito da dinâmica de preços e da nossa capacidade de ter boas margens nos lançamentos”, explica Mickelberg.

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A pressão sobre as margens do empreendimento Wave by Yoo foi causada pelas altas permutas do projeto e, excluindo esse efeito, a margem do trimestre seria de 32,3%, segundo o diretor financeiro.

Apesar de ter pressionado a margem, Horn reitera que o projeto foi um sucesso. “O Wave afetou o resultado da margem bruta, mas porque foi uma permuta alta. O ROE é excelente e as vendas surpreenderam”, disse o executivo.

Os custos de construção, por sua vez, sofreram impacto em duas frentes: no aumento do custo de materiais, principalmente aço e alumínio, e de dissídios para os funcionários, explica Mickelberg. Assim, durante o trimestre, o custo de obra sofreu impacto de R$ 21 milhões devido a revisões de orçamento.

“É difícil dizer o impacto daqui para frente. Pode ter mais variações de orçamento, mas entendemos que os principais movimentos de revisão já aconteceram”, declara o executivo.

Como o mercado enxerga os resultados?

Por um lado, a receita reportada pela Cyrela surpreendeu positivamente o mercado, ficando 11,8% acima das expectativas dos analistas da XP Investimentos e 7% acima do projetado pelo Itaú BBA.

Por outro lado, a XP esperava margem bruta de 32,8% e o BBA, de 33,3% – ambos acima dos 31,1% reportados.

Por volta das 15h30 desta segunda-feira (16), as ações da Cyrela tinham alta de 3,67%, a R$ 14,95.

De acordo com dados da Refinitiv disponíveis na plataforma TradeMap, de 12 instituições financeiras consultadas, 11 recomendam a compra do papel, enquanto a restante indica a manutenção do ativo em carteira. A mediana de preços-alvo dos analistas é de R$ 26, o que corresponde a alta de 74% dos níveis atuais.

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