Cyrela (CYRE3): Apesar da alta nas vendas do 2º tri, inflação e juros preocupam, dizem analistas

Apesar do bom resultado operacional no segundo trimestre do ano, com o aumento no número de lançamentos e as vendas líquidas superando a casa do bilhão, o cenário de inflação e juros altos pode vir a prejudicar os resultados da Cyrela (CYRE3) no futuro, uma vez que o financiamento imobiliário tende a ficar a mais caro, inibindo a procura pela modalidade.

Diante disso, por volta de 11h36, os papéis ordinários da construtora figuravam entre as maiores quedas do Ibovespa, com baixa de mais de 5%, a R$ 12,29, com os analistas de mercado ponderando os bons resultados operacionais e o cenário macroeconômico desafiador.

No segundo trimestre, a Cyrela lançou 13 empreendimentos, totalizando um VGV (valor geral de vendas) de R$ 2,32 bilhões, segundo prévia operacional divulgada na noite de quarta-feira (13).

As vendas líquidas contratadas, por sua vez, atingiram R$ 1,6 bilhão no período, valor 4% maior que o anotado no mesmo período de 2021. No trimestre, a maior demanda de projetos foi no segmento de alta renda, que correspondeu a 75% das vendas.

Para Ygor Altero, analista de real estate da XP, o resultado das vendas mostra a alta procura por produto de alta renda, apesar das “preocupações com as perspectivas das taxas de juros de imóveis”.

No período, a velocidade de vendas da Cyrela caiu para 43,2%, uma baixa de 0,8 ponto percentual na comparação anual, por causa do período mais limitado para reconhecimento de vendas. “Devido a essa dinâmica, esperamos ver vendas líquidas mais fortes de julho a setembro deste ano”, diz Altero.

Dos 13 empreendimentos lançados pela construtora, 32% foram vendidos no final do trimestre.

Na visão de Gustavo Cambauva, Elvis Credendio e Bruno Tomazetto, analistas do BTG Pactual, esse fato demonstra uma solidez no negócio da companhia.

“Os resultados operacionais da Cyrela no período foram sólidos em todos os aspectos, com crescimento em lançamentos enquanto a velocidade de vendas (VSO) voltou a impressionar. O cenário macro ‘azedou’, na forma de inflação e juros em alta, mas a empresa manteve operações fortes e balanço forte”, avaliam os analistas do BTG.

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