CVC (CVCB3) lança oferta de novas ações após preço do papel bater menor nível desde 2020

A CVC (CVCB3) anunciou nesta terça-feira (14) que vai vender novas ações da companhia. A operação vem a público depois de os papéis da companhia terem terminado o pregão de ontem entre as maiores quedas do Ibovespa e no menor preço desde meados de 2020.

Segundo a CVC, a oferta será de 46,5 milhões de novas ações e pode ser incrementada em 11,6 milhões de ações caso seja ofertado um lote suplementar.

Com base no preço de fechamento das ações na segunda-feira (13), de R$ 8,21 por papel, a empresa poderia captar de R$ 381,8 milhões a R$ 477,2 milhões com a operação. O valor das novas ações, no entanto, deve ser definido após a coleta de intenções de investimento – processo conhecido como “bookbuilding”, que será encerrado em 23 de junho.

Somente poderão participar da oferta os atuais acionistas da CVC e investidores institucionais.

As ações da CVC fecharam o pregão de ontem em baixa de 11,72%, registrando a segunda maior queda dentre os componentes do índice Ibovespa, atrás apenas da Gol (GOLL4), que recuou 14,46%.

Os papéis foram pressionados por um movimento de aversão ao risco que varreu os mercados mundiais ontem, provocado pela perspectiva de que a inflação alta em várias economias forçará os bancos centrais – em particular o dos Estados Unidos – a serem mais agressivos no aumento de juros, o que pode provocar recessão.

No caso de Gol e CVC, as quedas foram agravadas não só porque ambas possuem negócios sensíveis ao consumo, que se retrai com a perspectiva de juros altos, mas também porque estão entre as empresas mais alavancadas — isto é, quando a dívida é alta em relação ao lucro que são capazes de gerar.

Além disso, ambas possuem despesas em dólar – moeda que tende a se valorizar conforme os juros dos EUA subirem.

Mesmo diante disso, três dos cinco especialistas consultados pela Refinitiv consideram que os investidores devem comprar ações da CVC, segundo dados disponíveis na plataforma Trademap. A previsão mais pessimista é de que o valor do papel suba para R$ 15, um valor cerca de 83% maior que o registrado ontem.