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Confira a economia de custos que a Vivo (VIVT3) terá com a aquisição da Oi Móvel

Por meio da sinergia gerada, a empresa prevê uma margem Ebitda acima de 70% nos próximos anos

Foto: Shutterstock

A Vivo (VIVT3), uma das operadoras de telefonia que participaram do consórcio que comprou a Oi Móvel, espera que a aquisição gere uma redução de custos da ordem R$ 5,4 bilhões, um cálculo que já considera custos de integração e todos os gastos operacionais e de capital necessários para estruturar os ativos que foram comprados.

Em teleconferência realizada nesta quinta-feira (28) para explicar a analistas os detalhes da transação, o CFO da Vivo, David Melcon, explicou que cerca de R$ 1,8 bilhão, da economia de custos, será reflexo da sinergia de redes, pois a empresa espera evitar investimentos em expansão de cobertura e capacidade e, também, reduzir despesas provenientes da implantação de rede 4G e 5G por meio dos sites incorporados.

Já em relação aos espectros adquiridos, espera-se uma sinergia de R$ 1,7 bilhão. A empresa prevê redução de custos operacionais e de investimentos em expansão que seriam necessários para aumentar a capacidade de rede em áreas em que a demanda cresceu devido à incorporação dos novos clientes.

Leia mais: Negócio de R$ 16,5 bilhões: a conclusão da venda da Oi Móvel para TIM (TIMS3), Vivo (VIVT4) e Claro

Na frente comercial, a consolidação das plataformas de vendas, do atendimento ao cliente e das estruturas de publicidades e propagandas terão um impacto de mais R$ 1 bilhão na redução dos custos operacionais. Além disso, a empresa espera utilizar as plataformas já existentes para oferecer seus produtos para os clientes.

Para finalizar as contas, os R$ 900 milhões restantes serão provenientes de outros fatores como o ágio gerado na aquisição, alocação do preço de compra do espectro, base de clientes e outros.

Estes potenciais benefícios gerados serão provenientes apenas da redução de custos e despesas que seriam necessárias para expansão do negócio. Contudo, Christian Gebara, CEO da empresa, disse na teleconferência que haverá impactos positivos na receita, mas afirmou que é muito cedo para falar sobre os números.

Em março de 2022, já houve um incremento de R$ 135 milhões na receita líquida mensal da Vivo. Porém, ainda não é algo significativo, dado que a empresa, só no quarto trimestre de 2021, obteve uma receita líquida de R$ 11,5 bilhões.

Já a potencial sinergia, no valor mínimo de R$ 5,4 bilhões, representa cerca de 21,9% do custo operacional e 12,38% da receita líquida obtidos em 2021. Com o impacto esperado sobre os resultados, a empresa pretende atingir uma margem Ebitda acima de 70%.

No ano de 2021, a empresa, por meio dos resultados publicados, apresentou uma receita líquida anual de R$ 43,6 bilhões, crescimento de 2,1%, enquanto os custos operacionais cresceram 2,4%, um total de R$ 26 bilhões, em comparação a 2020.

Considerando que a margem Ebitda registrada no quarto trimestre foi de 42,9%, queda de 0,7 ponto percentual em comparação ao quarto trimestre de 2020, o avanço esperado pela empresa é relativamente alto.

O aumento da margem, disse a empresa, se justifica pela incorporação dos novos clientes, principalmente na região Nordeste do país.

Segundo Gebara, por investimentos realizados no passado, a empresa já possui uma infraestrutura adequada para atender a maior demanda dos clientes. Sendo assim, não haverá a necessidade de novos investimentos no local.

Os perfis dos clientes incorporados são diferentes dos perfis dos clientes atuais da empresa. Cerca de 63% dos clientes da Oi Móvel são de planos pré-pagos e 37%, de pós-pagos. Já a Vivo possui a maior parte, 56%, em clientes do plano pós-pago.

Contudo, a empresa fará esforços para converter a maioria desses usuários da base da Oi para clientes Vivo. Assim, pode ofertar maior quantidade de serviços e ampliar as vendas cruzadas. Para a empresa, é muito importante o aumento de competitividade na região, pois era onde a companhia tinha participações de mercado mais baixas.

Após a consolidação desses 12 milhões de clientes da Oi, a empresa chegará a uma base de clientes de 112 milhões, a maior da América Latina. Segundo Gebara, a empresa pretende explorar essa base futuramente para oferecer serviços de telecomunicações e serviços digitais.

Com isso, a Vivo passa a ser líder de mercado em mais cinco estados do Brasil e aumenta a participação de mercado em acessos móveis no Brasil para 38%, crescimento de 6,05 pontos percentuais em comparação a 2021, que fechou em 31,95%. A migração total dos clientes deverá ser concluída até o primeiro trimestre de 2023.

Outro assunto que chamou a atenção foi a capacidade da empresa em se desfazer dos 1,3 milhão de sites, 50% do total adquirido. A empresa tem como obrigação realizar a venda desses sites em até 8 meses para cumprir com regulamentações antitruste.

Embora não tenha definido essa questão, o CEO da empresa mencionou alguns caminhos como: vender os sites eletrônicos para um operador e rever os contratos de leasing de torres, vender a eletrônica e os contratos de aluguel para um novo player que queira atuar no segmento de oferta de serviços para rede móvel ou até mesmo vender a eletrônica e aproveitar os sites locados para implementar a nova rede 5G.

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