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Com renda apertada, brasileiros aumentam consumo em casa e ações de supermercados sobem

No primeiro trimestre, o Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros cresceu 2,59%

Foto: Shutterstock

Com a inflação pesando cada vez mais no bolso do consumidor, não é todo mundo que pode se dar o luxo de sair para comer em um bom restaurante com a família ou os amigos. O jeito é ficar em casa, fazer as contas no aplicativo do banco e improvisar uma receita com o que tem na geladeira.

Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (12) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os brasileiros estão consumindo mais em casa. No primeiro trimestre, o Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros cresceu 2,59% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A maior variação do consumo do trimestre foi registrada justamente no mês mais recente, em março, com alta de 6,58% na comparação com fevereiro. Em relação a março de 2021, o avanço foi de 2,41%.

A explicação, segundo a própria Abras, está no bolso. “O primeiro trimestre foi marcado pela busca de lojas que operam com preços menores e pela compra de abastecimento concentrada nas semanas próximas do recebimento do salário”, afirma o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

“Por ora, troca de marca, substituição de produtos, busca por embalagens de melhor custo-benefício e por marcas próprias se mantêm acentuadas para compor a cesta de abastecimento”, ele diz.

Por volta das 16h40, as ações das empresas de supermercados listadas na Bolsa operam em alta. O Assaí, de atacarejo, subia 0,10%; o GPA, do Pão de Açúcar e do Extra, subia 1,73%; e o Carrefour, que também é dono do Atacadão, tinha avanço de 1,72%.

Segundo Milan, a pesquisa mostrou ainda que as pessoas voltaram a reduzir o consumo fora de casa, cortando supérfluos para fazer o abastecimento com a renda, que está mais restrita. Além disso, reduziram-se as idas aos pontos de venda, com compras mais planejadas, aproveitando o momento de recebimento do salário.

“Os consumidores estão buscando diversificar os canais de compra. Temos visto as compras online crescendo, porque o consumidor busca um maior benefício”, ele afirma. “Além disso, buscam por embalagem com preço menor ou pelo desconto família, troca as marcas que utiliza por outras mais baratas, raciocina melhor no momento da compra e também buscam produtos com marca própria da rede.”

De acordo com os dados, a cesta Abrasmercado composta por 35 produtos de largo consumo acumula alta no primeiro trimestre do ano de 5,11%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em março, a cesta registrou alta de 2,40% e passou de R$ 719,06 em fevereiro para R$ 736,34 em março. Em 12 meses, a alta foi de 15,45%.

Pressão inflacionária

“O aumento se deve à pressão inflacionária puxada pelo repasse dos custos de produção na cadeia de alimentos, especialmente pelo aumento do preço do óleo diesel, que impacta o frete na logística dos produtos”, ressaltou a Abras.

Os alimentos mais impactados pelo aumento foram o tomate (27,22%), a cebola (10,55%), o leite longa vida (9,34%), o óleo de soja (8,99%) e o ovo (7,08%). As maiores quedas foram registradas nos preços do pernil (-0,51%), do açúcar refinado (-0,13%) e da carne traseira (-0,07%).

A região Sul obteve a maior variação no preço médio e teve a cesta mais cara dentre todas as regiões, com alta de 3,38%, ao passar de R$ 787,85 em fevereiro para R$ 814,48 em março. A região Sudeste registrou a segunda maior variação no preço da cesta, alta de 3,16%, passando de R$ 700,00 em fevereiro para R$ 722,14 em março.

Nas outras regiões, as variações no preço da cesta em março na comparação com fevereiro foram respectivamente: Nordeste (1,93%), Norte (1,84%), Centro-Oeste (1,58%).

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