Com mais gastos e menos receita, Yduqs (YDUQ3) tem prejuízo de R$ 63,3 milhões no 2º trimestre

Com uma receita líquida menor e gastos maiores, ambos impactados pelo segmento de ensino presencial, a Yduqs (YDUQ3) fechou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 63,3 milhões, revertendo o lucro de R$ 116,5 milhões anotado no mesmo período do ano passado.

O Bank of America já previa que os resultados da companhia fossem impactados pelo retorno das atividades presenciais, mas projetava um prejuízo menor, de R$ 38,3 milhões. O Itaú BBA, por sua vez, esperava lucro líquido ajustado de R$ 98 milhões.

A receita líquida da companhia teve baixa de 2,2% no segundo trimestre, em relação aos mesmos três meses de 2021, para R$ 1,13 bilhão. De um lado, o segmento premium apresentou aumento na receita, com crescimento da base de alunos de graduação em medicina, aumento da captação do IBMEC e crescimento de vendas de soluções corporativas.

Do outro lado, o segmento digital registrou queda na receita, resultado de uma menor captação, assim como o segmento presencial, devido a um menor ticket médio em função de planos promocionais.

Além da queda nas receitas, o resultado da Yduqs também foi pressionado pelo aumento de custos e despesas. O custo dos serviços prestados avançou 6,1% quando comparado ao mesmo período de 2021, para R$ 531,6 milhões, impactado pelo custo de pessoal, repasses a polos parceiros e a outras despesas relacionadas à retomada do ensino presencial.

As despesas comerciais, por sua vez, subiram 5,2% na base anual, para R$ 244,8 milhões, resultado do aumento de 9,2% nas despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD).

Na outra ponta, os custos de aluguel, condomínio e IPTU e as despesas com vendas e marketing apresentaram redução, ajudando a limitar a alta de custos e despesas.

Finalmente, a última linha do balanço da Yduqs também foi impactada por uma piora de 144,7% no resultado financeiro, para R$ 189 milhões negativos, com crescimento de despesas financeiras devido ao aumento da dívida e da taxa de juros, ao menor volume de descontos financeiros, ao aumento dos juros de arrendamento.

Em outra linha, o Ebitda (lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização) teve recuo de 12,6% na base anual, para R$ 304,9 milhões, com margem Ebitda de 26,9%, contração de 3,2 pontos percentuais.

De acordo com a companhia, porém, o Ebitda do trimestre foi impactado por eventos não recorrentes, como o atraso do Enem, que postergou a captação do primeiro para o segundo trimestre de 2021; o efeito da captação trimestral do ensino digital; e a campanha promocional “Brilho Duplo” realizada no primeiro semestre deste ano.

Desconsiderando estes efeitos, o Ebitda ajustado da companhia seria de R$ 336,9 milhões, baixa de 4,8% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, com margem de 29,7%, recuo de 0,8 p.p.

O prejuízo líquido também foi impactado por resultados não recorrentes, diz a companhia, como os citados em relação ao Ebitda, o ágio das aquisições, o Imposto de Renda e a contribuição social. Excluindo esses efeitos, o prejuízo teria sido de R$ 15,6 milhões.

Dados operacionais

No âmbito operacional, a base de alunos da Yduqs encerrou o segundo trimestre a 1,3 milhão, alta de 57,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na unidade de negócios premium, a Yduqs tinha 14 mil alunos matriculados ao fim do segundo trimestre, crescimento de 7,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2021.

Aqui, destaque para a graduação de medicina, com expansão de 16,3% na base de alunos, impulsionado pelo aumento da captação no semestre. A companhia destaca ainda o ticket médio da graduação de medicina, que cresceu 6% na comparação anual, para R$ 9,350 mil.

Já no segmento de ensino digital, a base de alunos cresceu 92,4% entre o segundo trimestre de 2021 e o mesmo período deste ano, para 984,1 mil alunos, refletindo a aquisição da Qconcursos. O ticket médio da graduação digital, por sua vez, caiu 18,7% na mesma base de comparação, devido à menor captação no trimestre, a R$ 202,9.

Finalmente, o segmento presencial teve alta de 1% na base de alunos, para 302 mil. O ticket médio caiu 11,9%.