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Com eventual venda da Telecom Italia, como devem ficar as operações da TIM (TIMS3) aqui no Brasil? Confira a opinião de analistas

Mecanismo de tag along é o principal motivo da alta dos papéis da TIM Brasil no pregão desta segunda

Foto: TIM Brasil/Divulgação

O fundo americano de private equity KKR fez uma proposta não vinculante à Telecom Italia, que é a controladora da TIM Brasil, no domingo passado (21), para adquirir a totalidade dos ativos por cerca de 10,8 bilhões de euros – ou US$ 12,2 bilhões.

O grupo italiano soltou uma nota à imprensa logo após ter recebido a oferta, afirmando ser uma manifestação de interesse “amigável”, mas que precisa de um prazo de quatro semanas para avaliar a proposta. A concretização está sujeita ao aval do governo local, que possui golden power, ou seja, o direito de vetar aquisições consideradas estratégicas por companhias estrangeiras.

A Genial Investimentos acredita que a KKR esteja prioritariamente interessada nos ativos da Telecom, sobretudo na rede de fibra óptica, e não na sua participação de 66,5% nas operações da TIM no Brasil, “o que pode configurar em uma possível venda da sua parcela na empresa brasileira”, destaca em relatório.

Outro ponto que chama a atenção dos investidores por aqui é que o fundo americano tem intenção de fechar o capital do grupo italiano na Bolsa de Milão e vender alguns ativos da companhia.

Como as ações da TIM Brasil possuem tag along ­– mecanismo que obriga o comprador dos papéis do acionista majoritário a oferecer, aos investidores minoritários, um valor próximo ou igual à quantia oferecida ao controlador –, o preço por ativo das operações por aqui poderia sair por volta de R$ 21,50 em uma eventual oferta, de acordo com cálculos do BTG Pactual, o que representa um potencial de valorização de 59%.

O banco, no entanto, acredita que, se aprovada, a oferta não deve ativar o tag along para minoritários no Brasil, porque o controle das operações aqui não deve ser alterado já que a matriz na Itália possui capital pulverizado.

A analista CNPI do TradeMap, Sandra Peres, elenca a especulação do mecanismo à alta das ações da TIM (TIMS3) no pregão desta segunda-feira, 22. Por volta das 17h, os papéis subiam 2,75%, a R$ 13,86, e figuravam entre as maiores altas do Ibovespa. Mais cedo, os ativos chegaram a ultrapassar a marca de R$ 14.

Mateus Messias, analista da Inside, reafirma que o mercado começou a especular sobre o futuro da TIM Brasil caso a operação seja concluída. “A KKR já havia investido em uma subsidiária da Telecom na própria Itália há algum tempo e tem mostrado interesse em aumentar sua presença na Europa”, comenta. “Contudo, o fundo, aparentemente, não tem interesse em operar no Brasil”, complementa.

Para ele, a aquisição de fato é pouco provável, uma vez que a Vivendi, que é o maior acionista da Telecom, com cerca de 23,7%, deve mostrar certo receio quanto à oferta da KKR, de 0,505 euro por ação ordinária, como um valor relativamente baixo. Além disso, o governo italiano também deve se opor à operação, visto que considera a empresa como um ativo estratégico do país e provavelmente não vai querer que o acionista majoritário seja dos Estados Unidos.

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