A CBA (CBAV3) está focada em aumentar a exposição ao alumínio reciclado para melhorar sua margem de lucro no longo prazo a um custo menor. A informação é do BofA (Bank of America), que participou de um evento da CBA com investidores.
Em relatório, o banco diz que a decisão da CBA ocorre após a aquisição da Alux, que tem capacidade para reciclar 46 mil toneladas de alumínio por ano, e da expansão de 15 mil toneladas por ano da usina Metalex, que deve começar a funcionar em 2023.
Com isso, a CBA espera que a capacidade total de produção de alumínio chegue a 600 mil toneladas por ano até 2025, segundo o BofA.
Nesta conta entram os aumentos de capacidade de alumínio provenientes do reinício de dois fornos, sendo um capacidade de 26 mil toneladas anuais e que voltou a operar no mês passado, e outro de 54 mil toneladas por ano, que deve entrar em operação até 2025.
“Além das melhores perspectivas de crescimento da demanda, as vantagens da reciclagem incluem a menor intensidade e complexidade dos investimentos, com retornos mais estáveis e menos dependentes dos preços da LME (bolsa de Londres) e uma pegada menor de carbono”, explicam os analistas Leonardo Neratika, Caio Ribeiro e Guilherme Rosito.
Segundo o banco, o investimento para reciclar uma tonelada de alumínio geralmente é cerca de 3 vezes menor que a necessário para a produção de alumínio, e os investimentos podem ser feitos de forma modular, em menor escala, permitindo um crescimento mais gradual.
Além disso, os desafios da CBA de adicionar uma nova capacidade vão além do capex por tonelada, que atualmente supera US$ 4.000 por tonelada, e incluem os preços de alumínio deprimidos, inflação de custos e incertezas relacionadas ao fornecimento de energia, de acordo com o BofA.
Para o banco, em termos de demanda, os esforços de ESG (ambiental, social e governança) de clientes e usuários finais são favoráveis. Por outro lado, a reciclagem é um negócio de spread (com preços e custos baseados na LME), então as margens são mais estáveis, embora em um nível mais baixo de 5%, o que acaba sendo compensado pelo menor capex por tonelada.
Atualmente, o banco possui recomendação de compra e preço-alvo de R$ 18 para 12 meses. Por volta de 16h25, a ação ordinária da CBA operava em baixa de 0,66%, a R$ 12,07.