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Caso Americanas pode levar a revisão do papel de auditorias e comitês, vê presidente da B3

Em encontro com jornalistas, Gilson Finkelsztain falou de IPOs; a expectativa é que as ofertas sejam retomadas a partir de abril

Foto: Shutterstock/ImagensstockBR

O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, afirmou nesta terça-feira (17) que o rombo contábil informado pela Americanas (AMER3) na semana passada talvez deva levar a uma revisão do papel de auditorias e comitês, que não conseguiram antecipar o problema.

Sobre o caso específico, o executivo afirmou que a B3 não tem o papel de antecipar esse tipo de problema, mesmo de empresas que estão no Novo Mercado – que têm de seguir as melhores práticas de governança -, mas que irá prover dados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

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“O nosso papel é garantir boa formação de preços. Não é nossa função [tratar] de um insider trader, mas provemos dados para que o regulador possa atuar”, afirmou, se eximindo de opinião a respeito de ter havido possível fraude no caso Americanas.

A B3, no entanto, avalia excluir a Americanas do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) após a divulgação das “inconsistências contábeis”. A empresa já foi notifiada e um comitê irá analisar o caso e ver se é o caso de exclusão.

E caso a companhia venha a pedir recuperação judicial, as ações da Americanas serão excluídas de todos os índices que faz parte. Além do ISE, AMER3 está no Ibovespa, no BrX 50, no Icon (índice de consumo) e no IGC (de governança corporativa).

Para o executivo, não é papel da B3 excluir empresas no Novo Mercado, mas que em uma próxima revisão das regras de acesso a esse segmento, é possível discutir a saída de empresas que enfrentarem problemas contábeis.

IPO a partir de abril

Em encontro com jornalistas, Finkelsztain tratou também e IPOs. Ele disse esperar a retomada das ofertas iniciais de ações neste ano, após um 2022 sem a estreia de nenhuma empresa. Segundo ele, as consultas recebidas pela Bolsa indicam que as operações devem sair a partir de abril.

“Certamente os IPOs vão voltar este ano. A tendência é que tenha operações de setores mais maduros, como energia, saneamento, as empresas de utilities”, disse em encontro com jornalistas.

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De acordo com o executivo, o atual nível da taxa Selic, de 13,75% ao ano, não chega a ser um impeditivo para os negócios dessas empresas, que, ao longo dos últimos anos, já lidaram com diferentes cenários macroeconômicos.

No ano passado, apesar de não ter havido IPOs, o mercado registrou algumas ofertas de ações relevantes, como a capitalização da Eletrobras (ELET3, ELET4) e o follow-on de Assai (ASAI3). Já o último IPO foi realizada em agosto de 2021, quando a Vittia Fertilizantes (VITT3) levantou R$ 382 milhões.

Novos negócios

O presidente da B3 destacou ainda que os novos negócios da B3, como a Neoway, serão significativos no médio e longo prazos, entre três e cinco anos.

“Nós não vendemos base de dados, vendemos soluções. Esses novos negócios tinham receita de pouco mais de R$ 200 milhões em 2018, e, de setembro de 2021 a setembro de 2022, já passam de R$ 500 milhões” contou.

Esses novos negócios também abrem à B3 a possibilidade de trabalhar com empresas fora do setor financeiro, segundo Finkelsztain.

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