Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Carrefour (CRFB3) vê vendas saltarem no 3º tri, mas lucro despenca com despesas maiores – entenda

No período, lucro líquido alcançou R$ 256 milhões, uma queda de 58,8% na comparação anual

Foto: Shutterstock/rafapress

Como amplamente esperado pelo mercado, o Carrefour Brasil (CRFB3) registou resultados mistos no terceiro trimestre do ano, influenciado positivamente por maiores vendas do braço de atacarejo, mas pressionado pelo aumento das despesas financeiras em função dos juros mais altos, refletido negativamente no lucro líquido ajustado.

De julho a setembro, as vendas líquidas subiram 40,2% na comparação anual, para R$ 26,4 bilhões, enquanto as vendas brutas totalizaram R$ 29,3 bilhões, valor 41,4% maior que o do mesmo intervalo de 2021, com a adição do Grupo Big, que representou 26,9% do crescimento total.

O lucro líquido, por sua vez, alcançou R$ 256 milhões no trimestre, uma queda de 58,8% na comparação anual. Em relatório financeiro publicação na noite desta quarta-feira (9), o CFO da companhia, David Murciano, afirmou que a baixa está dentro do esperado e se deve ao impacto dos juros na dívida, assumida, em grande parte, para a compra do Grupo Big.

O resultado ficou abaixo das projeções de analistas consultados pela Agência TradeMap. A XP previa lucro de R$ 351 milhões, enquanto o BTG esperava R$ 681 milhões, o Santander, R$ 563 milhões, e o Itaú BBA, R$ 639 milhões.

Tabela de resultados do Carrefour

Nos três meses analisados, as despesas financeiras do Carrefour ainda aumentaram 55,6% ante o mesmo intervalo do ano anterior, para R$ 3,57 bilhões.

Ebitda do Carrefour cresce 14% no terceiro trimestre

Como reflexo das vendas do atacarejo e pela melhora da rentabilidade do varejo, o lucro operacional, medido pelo Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, subiu 14% no terceiro trimestre, para R$ 1,69 bilhão, praticamente em linha com o previsto por analistas.

A XP projetava uma cifra de R$ 1,58 bilhão, o BTG esperava R$ 1,61 bilhão, o Santander previa R$ 1,8 bilhão e o Itaú BBA estimava R$ 1,66 bilhão de Ebitda.

Excluindo o Grupo Big, o Ebtida do Carrefour atingiu R$ 1,6 bilhão, uma alta de 8,2% na comparação anual.

Apesar disso, a margem Ebitda teve contração na mesma base de comparação, de 1,5 p.p (ponto percentual), para 6,4%, enquanto a margem bruta recuou 0,1 p.p, para 19,9%. A redução nas margens já era antecipada pelo mercado, devido a um ambiente competitivo mais desafiador.

No Atacadão, braço de atacarejo da rede, as vendas brutas cresceram 27,6% de julho a setembro, para R$ 19,74 bilhões. As vendas no segmento de varejo, por sua vez, incluindo gasolina, subiram 55,7%, para R$ 8,20 bilhões.

O grupo também registrou expansão em suas vendas digitais, com o GMV (valor geral de vendas) alcançando R$ 1,4 bilhão no terceiro trimestre, um aumento de 95,4% ante o anotado no mesmo período do ano anterior.

Segundo a companhia, esse desempenho do digital foi impulsionado pelo segmento alimentar, que cresceu 2,3 vezes, principalmente pelas vendas de alimentos no Atacadão. Elas mantiveram um alto nível de penetração, representando 2,8% das vendas totais, apesar do ambiente inflacionário.

Por fim, a unidade de negócios financeiros, o Banco Carrefour, teve aumento de 8,7% no faturamento bruto, para R$ 13,3 bilhões, impulsionado tanto pelo cartão de crédito Carrefour quanto pelo cartão Atacadão.

Tabela de recomendações da Refinitiv

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.