BTG (BPAC11): Itaú BBA corta preço-alvo e reduz previsão de lucro (mais uma vez) – entenda

A nova estimativa de preço-alvo do Itaú BBA para a ação do BTG é de R$ 23

Foto: Shutterstock/rafapress

O Itaú BBA cortou o preço-alvo para a ação do BTG Pactual (BPAC11) e revisou para baixo, mais uma vez, a previsão de lucro líquido ajustado do banco de investimento para 2023, mostra relatório distribuído nesta segunda-feira (27).

Agora, os analistas do Itaú BBA estimam preço-alvo de R$ 23 para o fim deste ano, ante uma projeção anterior de R$ 29.

A nova estimativa, apesar de menor, representa uma valorização potencial de 15%. Por volta das 17h10, a ação do BTG operava em queda de 1,92%, a R$ 19,93.

Para o lucro líquido ajustado, a previsão foi reduzida em 3%, de R$ 8,9 bilhões para R$ 8,7 bilhões em 2023. Ainda assim, seria uma expansão anual de 5%.

Em novembro do ano passado, o Itaú BBA já havia reduzido a projeção de lucro para o BTG em 2023. À época, a projeção de lucro líquido ajustado era de R$ 9,2 bilhões.

A previsão do Itaú BBA para o lucro do BTG em 2023, se confirmada, representaria um retorno sobre capital (ROE, na sigla em inglês) de 19%, enquanto o próprio BTG projeta um retorno superior ao do ano passado, que ficou em 21%.

Segundo os analistas do Itaú BBA, as estimativas foram revisadas para baixo para refletir as condições mais difíceis de mercado, em um cenário de juros e risco mais elevado para o crédito corporativo, em meio ao caso Americanas.

“O BTG está entrando em 2023 com pouca proteção [em provisões para devedores duvidosos] para uma aceleração esperada de inadimplência de empresas”, escrevem os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard.

No quarto trimestre, o BTG teve lucro líquido ajustado de R$ 1,76 bilhão, queda de 0,8% em relação ao mesmo período anterior.

O lucro apresentado veio abaixo das expectativas do Santander e do UBS BB, que projetavam, respectivamente R$ 2,3 bilhões e R$ 2,07 bilhões.

Em seu balanço, o banco citou que um “evento específico que foi amplamente divulgado” – uma referência aos problemas na Americanas – fez a instituição provisionar R$ 1,1 bilhão na área de Corporate & SME Lending e R$ 77 milhões na área de Sales & Trading.

“No agregado, as provisões não recorrentes impactaram negativamente o lucro líquido do BTG Pactual em R$ 580 milhões”, afirmou o banco.

O BTG é um banco conhecido por atuar principalmente no mercado de capitais, um segmento que tem sofrido com a Selic mais alta, a 13,75% ao ano, no maior nível desde 2017.

Segundo os analistas do Itaú BBA, o mercado de capitais local esteve muito lento no início desse ano, com emissores e compradores de crédito buscando o novo ponto de equilíbrio para os prazos.

“Os dados que estamos vendo incluem condições de crédito mais duras na forma de taxas mais altas, prazos mais curtos, pouca emissão e maiores resgates de fundos de crédito”, escrevem. “Isso provavelmente acelerará o que se esperava ser um ciclo normal de inadimplência corporativa.”

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