A BRF (BRFS3), dona das marcas Sadia e Perdigão, registrou um prejuízo líquido total societário de R$ 277 milhões durante o terceiro trimestre de 2021, revertendo o lucro de R$ 219 milhões obtido em igual período do ano passado.
De acordo com a companhia, o que explica o desempenho é o resultado financeiro, devido à atualização do valor justo da opção de venda da produtora de aves Banvit da Turquia.
Apesar do prejuízo, a receita líquida da companhia cresceu 24,6% em relação ao terceiro trimestre de 2020 e alcançou R$ 12,39 bilhões. Já na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a expansão foi de 6,5%.
Inflação no Brasil
Em relação ao desempenho dos negócios no Brasil, a BRF reportou uma receita operacional líquida de R$ 6,392 bilhões, alta de 20% na comparação com igual trimestre de 2020.
Esse aumento é explicado pelo aumento do preço médio dos produtos da empresa, que passou de 9,17% para 11,07%, alta de 20,7%.
A elevação no Brasil foi pouco acima da alta do preço médio do resultado consolidado da empresa – R$ 10,61 o quilo, um crescimento de 18,6% ante o terceiro trimestre de 2020.
“Realizamos repasses de preços para reequilibrar as margens da indústria ante um cenário inflacionário global e sem precedentes”, explicou, no relatório de resultados, a empresa.
Enquanto isso, em volume de vendas, que foi de 577 mil toneladas entre julho e setembro, houve um leve recuo de 0,6%.
Margem em queda
O resultado operacional, medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado, avançou 3,9% no comparativo anual, para R$ 1,37 bilhão.
A margem Ebitda ajustada apresentou diminuição de 2,2 pontos percentuais na mesma base, para 11%.
A companhia teve um consumo de caixa de R$ 308 milhões no trimestre em análise, contra o montante de R$ 987 milhões visto no mesmo intervalo de 2020.
Entre julho e setembro de 2021, a dívida líquida totalizou R$ 16,68 bilhões, elevação de 14,6% em um ano e de 12,8% frente aos três meses anteriores.
Esse desempenho levou a alavancagem, mensurada pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado dos últimos doze meses, para 3,06% no terceiro trimestre do ano, ante 2,90 em igual período do ano passado.
As ações da empresa (BRFS3) encerraram esta quarta-feira, 10, em queda de 1,78%, a R$ 23,12.