Bolsas internacionais caem à espera do Fed e por receio de conflito na Ucrânia

As bolsas internacionais operam em baixa nesta segunda-feira (24), com investidores evitando exposição ao risco antes da decisão do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, sobre a política monetária do país, na quarta-feira. A tensão na fronteira da Ucrânia e a possibilidade de um conflito que envolveria Rússia e Estados Unidos na região também contribuem para as perdas.

Na quarta-feira o Federal Reserve deve oficializar quando aumentará a taxa de juros americana. A expectativa do mercado é de que a primeira elevação aconteça em março, e nos últimos pregões os investidores têm se ajustado a esta possibilidade ou a uma postura mais dura da instituição no combate à inflação. Isso porque o Fed já indicou que, além da alta de juros, pode adotar outras medidas para reduzir o ritmo de alta nos preços.

Fazendo um contraponto à cautela dos investidores, a temporada de balanços nos EUA continua forte. Os investidores acompanham durante a semana a divulgação de gigantes da tecnologia como IBM, Tesla e Microsoft. Até agora, dentre as 64 empresas do S&P 500 que já reportaram seus resultados, 77% vieram com lucros acima das expectativas do mercado.

Por volta das 10h (de Brasília), os contratos futuros dos principais índices acionários americanos mostravam quedas. Dow Jones caía 0,42%, S&P 500 tinha queda de 0,60% enquanto Nasdaq apresentava a maior baixa, de 0,90%.

Na Europa, a tensão em torno de um potencial conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia aumentou no fim de semana. Os russos mantêm tropas na fronteira e o Reino Unido divulgou que Moscou pretende instalar um governo pró-Rússia em Kiev. “Com as sanções de países da Otan à Rússia a caminho de aumentar, a pergunta é se a situação já complicada de fornecimento de gás à Europa pode ser exacerbada”, disse o banco ING em um relatório..

Além disso, dados divulgados pela IHS Markit mostraram que a atividade das empresas europeias desacelerou em janeiro pelo segundo mês seguido, pressionada pelo aumento de casos de Covid-19 na região. “Embora a diminuição dos atrasos na cadeia de suprimentos tenha dado um impulso bem-vindo à produção manufatureira, as restrições renovadas por causa da Covid-19 levaram a uma desaceleração acentuada no crescimento dos serviços”, disse a IHS Markit em relatório.

Na Europa, o índice Euro Stoxx 50, que agrega grandes empresas da zona do euro, apresentava retração de 2,30%, enquanto na Rússia a bolsa de Moscou caía 6,20%.