Bolsas globais operam em baixa nesta sexta com avanço da Ômicron

As bolsas globais sinalizam maior aversão ao risco nesta sexta-feira, 17, com o retorno das preocupações com o avanço da Ômicron e os impactos dos aumentos nas taxas de juros para conter a inflação.

Opiniões dúbias quanto à decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) continuam gerando volatilidade nos mercados. Alguns investidores consideram que, conforme o esperado, a autarquia irá conter a inflação, mas permitirá o crescimento econômico, já que a elevação dos juros só acontecerá em março de 2022.

Por outro lado, a piora do sentimento vem à tona nesta sexta, já que ficou claro que a redução dos estímulos irá acabar e a alta dos juros ocorrerá três meses antes. Dessa forma, isso poderá tirar a atratividade e o valor das ações, principalmente das empresas que precisam de capital para crescer.

Nesta semana, o presidente do Fed, Jerome Powell, dobrou o ritmo com que reduz as compras de títulos e projetou aumentos nas taxas de juros nos próximos anos, para combater a inflação. Outros bancos centrais também anunciaram suas políticas monetárias nesta semana. O Banco Central da Inglaterra (BoE) elevou inesperadamente as taxas de juros de 0,10% a 0,25%, já o Banco Central Europeu (BCE) manteve os juros, mas decidiu iniciar a redução gradual do ritmo de compra de ativos a partir do próximo trimestre, finalizando até março de 2022 o Programa Emergencial de Compras de Ativos (PEPP). O Banco Central do Japão (BoJ), além de manter a taxa de juros, sinalizou que encerrará as compras emergenciais em março.

Por conta das preocupações, as bolsas europeias e os futuros americanos operam em queda nesta manhã. A rápida disseminação da Ômicron é outro fator que chama a atenção do mercado global.

Além disso, saíram alguns indicadores apontando piora. O índice de clima de confiança empresarial, por exemplo, ficou pior que o esperado.

Já o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da Alemanha saltou 19,2% em novembro em comparação com igual mês de 2020, informou a Destatis, agência oficial de estatísticas do país. O resultado foi impulsionado por custos mais altos da energia, registrando o maior salto anual desde 1951 pelo segundo mês consecutivo.

Enquanto isso, as bolsas asiáticas fecharam em baixa, com investidores preocupados com restrições regulatórias dos EUA e da China e com um ressurgimento global dos casos de Covid-19.

Quanto às commodities, o preço do petróleo e do minério de ferro seguem em queda, com o aumento do temor da Ômicron e eventuais riscos nas demandas.

No Brasil, as atenções se voltam para a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que concederá uma entrevista coletiva para falar sobre os resultados de 2021, às 14h30. Além disso, os investidores deverão continuar repercutindo as perspectivas do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que veio pior que o esperado.