Na volta do feriado, o Ibovespa acompanha o sentimento de aversão ao risco dos mercados globais, causado principalmente pela inflação acima do esperado nos Estados Unidos. Ademais, as mineradoras recuam acompanhando movimento da commodity.
Com isso, por volta das 13h30 o principal índice da B3 recuava 0,05% e operava aos 114.808 pontos.
Mais cedo, o CPI (índice de preços ao consumidor) dos EUA mostrou elevação de 0,4% em setembro, acelerando em relação à alta de 0,1% em agosto, em um resultado pior do que o esperado pelo mercado – analistas ouvidos pela Reuters acreditavam em um avanço de 0,2% no mês passado.
O resultado estressou a curva de juros brasileira. Diante disso, Americanas (AMER3) perdia 4,82%, Magalu (MGLU3) recuava 2,90%, Petz (PETZ3) caía 3% e Méliuz (CASH3) apontava em 3,59% para baixo.
Ao mesmo tempo, os juros futuros subiam: a taxa dos contratos DI com vencimento em janeiro de 2026 avançavam 8 pontos-base, a 11,59%, segundo dados da plataforma TradeMap.
A inflação acima do esperado joga um balde de água fria nos mercados já que aumenta a perspectiva de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ser mais duro no aumento de juros no país.
“O CPI mostrou uma inflação super forte, concretizando a expectativa que o mercado já tinha, que o dado viria forte e que o Fed terá que ser agressivo, na casa dos 0,75 ponto”, diz Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus. “Esse aumento já chancelado estressa os mercados”, acrescenta.
As mineradoras, por sua vez, recuam em bloco acompanhando a cotação do minério de ferro no mercado internacional. CSN Mineração (CMIN3) perdia 4,44%, Vale (VALE3) recuava 2,10%, Usiminas (USIM5) desvalorizava 1,81% e Gerdau (GOAU4) caía 0,71%.
A commodity teve baixa de 2,45% na bolsa de Dalian, na China, cotada a US$ 96,85 por tonelada.
Para Matheus Spiess, analista da Empiricus, o movimento de aversão ao risco deve continuar. Segundo ele, o mercado ainda não precificou a recessão global.
Altas da Bolsa
Na ponta positiva, Braskem (BRKM5) liderava os ganhos com uma alta de 10,42%. O movimento, vale dizer, é uma sequência dos ganhos do último pregão, quando a petroquímica valorizou cerca de 20%.
A valorização ocorre após rumores de que a gestora americana Apollo fez uma nova investida na companhia. A informação veio do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. De acordo com ele, a oferta da gestora, que seria de R$ 50 por ação, fecharia o capital da petroquímica na B3 e abriria na Bolsa de Nova York.
Contudo, a petroquímica negou a proposta após o fechamento da sessão de terça-feira (11). A Novonor, ex-Odebrecht, afirmou que “até o presente momento, não houve evolução material em qualquer alternativa relacionada ao processo de alienação de sua participação acionária na Braskem”, diz o comunicado.
Enquanto isso, a Petrobras disse que “não tem nenhuma informação que ainda não tenha sido divulgada ao mercado”.
Na sequência, Positivo (POSI3) ganhava 4,31%, EzTec (EZTC3) subia 4%, Minerva (BEEF3) valorizava 3,88% e Rumo (RAIL3) apontava em 3,37% para cima.
Bolsas internacionais
Lá fora, após um início em baixa repercutindo os dados do CPI americano, as bolsas passaram a subir.
Além disso, a ata da última reunião do Fed, divulgada ontem, revelou que a postura dos membros do banco central americano deverá permanecer contracionista até que a inflação comece a arrefecer, o que parece não acontecer tão logo. Na Europa, a inflação ao consumidor na Alemanha veio em 10%, no acumulado anual, em linha com as expectativas do mercado.
Em Wall Street, o S&P 500 ganhava 1,12%, o Dow Jones subia 1,26% e o Nasdaq operava em alta de 0,83%.
Na Europa, já perto do fechamento, o Euro Stoxx 50 valorizava 0,85% enquanto o FTSE 100 e o DAX avançavam 0,35% e 1,51%, respectivamente.