Analistas do mercado financeiro ouvidos todas as semanas pelo Banco Central voltaram a aumentar a expectativa para inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2022 e revisaram para cima a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2023, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira (7).
Agora, o mercado espera que o indicador da inflação encerre este ano com alta de 5,63%, ante 5,61% na semana passada. É a segunda semana seguida de mudança para cima após 17 publicações consecutivas de queda. Para o ano que vem, a projeção se manteve em 4,94%.
A inflação prevista ainda fica acima do teto da meta do Banco Central tanto para 2022 como para 2023. Neste ano, o limite é de 5%, e no ano que vem, de 4,75%.
Para 2024, os analistas ouvidos pela autoridade monetária também estacionaram a projeção do IPCA, em 3,50%, – a meta para o ano é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Os analistas do mercado aumentaram a projeção para o desempenho do PIB no próximo ano. Para 2023, a expectativa passou para 0,70%, contra 0,64% na semana passada. Para este ano, a projeção se manteve em 2,76%. Já em 2024, é esperado aumento de 1,80%.
As estimativas para a Selic e previsões do câmbio foram mantidas pelos três anos cobertos pelo Focus.
O que é a pesquisa Focus?
O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.
O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.
O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.
Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.