Um cenário menos apertado para o petróleo tipo Brent, que serve como a referência internacional para o preço da commodity, deve reduzir os preços médios para US$ 88 por barril em 2023, ante uma estimativa anterior de US$ 100, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (27) pelo Bank Of America.
Segundo o banco, a produção de petróleo da Rússia superou as expectativas nos últimos meses devido ao efeito mais frouxo que o esperado das sanções aplicadas pela Europa e os Estados Unidos, além de um cenário macro global apontando para uma desaceleração da demanda no futuro.
“Apesar dos cortes da Opep+, isso está se traduzindo em estoques mais altos e mais do que compensando o efeito combinado do crescimento limitado da oferta de xisto nos EUA e a reabertura da China”, explicam os analistas Frank McGann e Leonardo Marcondes.
Na visão do BofA, o aumento dos estoques de petróleo também está contribuindo para uma redução significativa na volatilidade do preço, reduzindo o risco de um aumento da cotação da commodity para mais de US$ 100 por barril.
“Uma repetição dos picos de preços observados no ano passado é improvável devido ao aumento dos estoques, bem como ao crescimento dos níveis de capacidade ociosa da Opep após os cortes do segundo semestre”, diz o banco.
Para 2024, o banco projeta um preço do Brent um pouco mais alto, por causa da melhora entre o segundo semestre deste ano e o começo do próximo ano. Com isso, o barril deve ficar em média ao redor de US$ 90, acima da estimativa anterior de US$ 82,50.