De carona com o mercado americano, que voltou de mau humor do feriado da independência, o Ibovespa apresentou forte queda no pregão de terça-feira, 06. O índice recuou 1,44% e fechou aos 125.094 pontos.
Por aqui, o clima de aversão ao risco vem há dias pesando na bolsa brasileira. Agora, lá fora, nem os analistas entraram num consenso do que fez os investidores diminuírem o passo.
Teve alta astronômica do dólar (+2,39%), queda brusca no preço do petróleo (-3,41% Brent e –2,38% WTI), saída das ações e dos papéis de títulos públicos americanos.
No final do dia, o Dow Jones fechou em queda de 0,59%, o S&P, -0,20% e o Nasdaq, +0,17% . Isso mesmo, o Nasdaq subiu.
Isso porque, os papéis das empresas de tecnologia são a escolha de segurança dos investidores desde que começou a pandemia. Quase a coisa aperta, é para lá que eles correm. E para o dólar também.
Com isso, não deu outra. O Ibovespa não passou ileso nesse dia atípico do mercado financeiro.
Somente três ações conseguiram se manter no campo azul: Bradespar (BRAP4), subindo 1,42%, Vale (VALE3), +0,53%, e a Energisa (ENGI11), a 0,09%.
Do outro lado, entre as maiores perdas estão os ativos ligados ao petróleo. Com destaque para a PetroRio (PRIO3), seguida da Petrobras (PETR4), que recuaram 5,82% e 4,17%, respectivamente.
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O cenário interno também contribuiu para a forte queda do indicador. O desdobramento da CPI da Covid, a nova proposta de tributação dos dividendos, as denúncias contra o presidente da República. Tudo isso está posto na mesa.
Nem o anúncio de privatização dos Correios serviu para amenizar o clima. Está tudo tão instável que o mercado financeiro já prevê dificuldades para avançar com a agenda de reformas da pasta de economia.
Ou seja, ontem Wall Street ajudou na queda, mas nos próximos dias a puxada pode voltar a ser interna.
Agenda Econômica
Nesta quarta-feira, 07, o IBGE divulgará os números das vendas no varejo.
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam a publicação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
O documento trará informações sobre a opinião dos membros do banco central americano sobre as condições da economia do país. Com isso, investidores esperam entender quando os estímulos financeiros devem cessar.
Na última vez em que a autoridade monetária se reuniu, os integrantes do comitê anteciparam para 2023 as projeções para o primeiro aumento de juros pós-pandemia. Já a redução na compra de títulos foi antecipada para 2022.